"Este será o dia que será recordado como o momento em que se operou uma mudança histórica na forma como em Portugal utilizamos e pagamos os transportes públicos", disse Maria das Dores Meira, durante a cerimónia realizada na Câmara Municipal de Setúbal para assinalar a entrada em vigor dos novos passes sociais na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
"Este é o dia em que teremos não um enorme aumento de impostos, mas sim uma enorme redução da fatura com os transportes públicos que muitos milhares de famílias utilizam todos dias para ir trabalhar ou estudar. Este é o dia em que teremos não enormes cortes nos rendimentos do trabalho, mas sim considerável reposição de rendimentos por via da redução do preço dos passes sociais na maior e mais povoada área metropolitana do país", acrescentou,
Maria das Dores Meira falava perante o primeiro-ministro, António Costa, e os ministros do Ambiente, João Matos Fernandes, e das Infraestruras, Pedro Nuno Santos, e diversos presidentes de Câmaras da AML na cerimónia que assinalou a entrada em vigor dos novos passes sociais.
Dirigindo-se aos críticos da redução do tarifário dos passes sociais, Maria das Dores Meira (CDU) interrogou-se se esta medida seria possível se não existisse um Governo apoiado à esquerda.
A autarca salientou também que, com a entrada em vigor do novo tarifário dos passes sociais, uma família de Setúbal em que dois elementos do agregado familiar tenham de se deslocar diariamente para trabalhar em Lisboa e tenham de recorrer aos serviços dos TST (Transportes Sul do Tejo), do Metro e da Carris, vai ter uma "poupança mensal de 276 euros".
Apesar dos elogios ao novo tarifário de transportes públicos na AML, Maria das Dores Meira defendeu a necessidade de também se resolver rapidamente o problema da travessia do rio Sado, que disse ser "uma travessia injusta e desnecessariamente cara".
"O mais importante está feito, o que não anula, naturalmente, a urgência de identificar rapidamente quais as ligações confinantes com a AML que importa integrar neste novo sistema", disse.
Os novos tarifários dos passes sociais nos transportes públicos decorrem do Programa de Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART), que conta com 104 milhões de euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado.
Os passes metropolitanos Navegante, em Lisboa, e Andante, no Porto, passam a ter um custo máximo de 40 euros e permitem viajar por todos os concelhos das áreas metropolitanas, estimando-se que permitam às famílias poupar, nalguns casos, cerca de cem euros mensais, principalmente para quem se dirige diariamente dos concelhos mais distantes para o centro.
Nas mesmas áreas, para quem quer viajar apenas dentro de um concelho os passes passam a custar um máximo de 30 euros.
No resto do país, coube a cada uma das 21 Comunidades Intermunicipais definir quais os descontos para os seus municípios e algumas começam já a aplicar reduções a partir de hoje, embora a maior parte esteja ainda a ultimar planos para os respetivos concelhos e remeta a sua aplicação para maio.
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