"Este fundo será alocado à ANMP que deverá transferir as verbas para as autarquias afetadas este ano pelos incêndios, destinando-se a financiar a reconstrução de habitações e infraestruturas municipais destruídas. Viana do Castelo disponibiliza 100 mil euros para este Fundo de Solidariedade Autárquica", afirmou o autarca socialista no discurso de tomada de posse do novo mandato autárquico.
"O nosso país tem hoje feridas muitas graves, muitas pessoas desalojadas, muitas casas queimadas, empresas e infraestruturas municipais danificadas", disse, adiantando ter já comunicado ao primeiro-ministro a intenção de propor a criação daquele fundo, arrancando um forte aplauso aos cerca de 300 pessoas que assistiam à sessão.
José Maria Costa, com 55 anos, que tomou posse do último mandato na Câmara da capital do Alto Minho sublinhou que "o país foi confrontado, este ano, com um conjunto de incêndios florestais como nunca tivemos na nossa história recente e que deixou marcas indeléveis".
"Este terá de ser um assunto de grande convergência de todas as forças políticas para efetuarmos uma mudança na nossa floresta, no ordenamento, na florestação, na gestão florestal, na organização e meios de combate e na economia florestal".
Na tomada de posse, José Maria Costa garantiu ainda que "tudo fará para implementar uma política ativa neste setor".
"O dever, o sentido cívico e o respeito por aqueles que pereceram assim nos exigem", referiu.
As centenas de incêndios que deflagraram, no domingo, no Norte e Centro de Portugal, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram pelo menos 43 mortos e sete dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo
O presidente socialista de Viana do Castelo apontou "a criação de emprego, de oportunidades para os jovens e de uma plataforma tecnológica, utilizando as novas tecnologias para que a Câmara de Viana do Castelo possa ser um espaço interativo e possa ter uma resposta para todos aqueles que estão fora do nosso país", como prioridades dos próximos quatro anos.
Outro "compromisso" será o da "qualificação dos recursos humanos" e da "promoção da literacia científica".
"Queremos despertar nos nossos jovens a curiosidade, a experimentação e a sensibilidade para a ciência", referiu, destacando que "a agenda da reabilitação urbana será prosseguida e aprofundada na consolidação de uma das apostas estruturantes para Viana do Castelo".
Disse ainda que "a cultura e o património estarão também no centro das preocupações", revelando que o executivo que agora tomou posse "irá trabalhar com personalidades de reconhecido mérito e com as instituições vianenses para preparar, nos próximos quatro anos, a candidatura de Viana do Castelo a Capital Europeia da Cultura".
"A candidatura de Viana do Castelo assentará na nossa forte atividade cultural mas, acima de tudo, que tenha uma especificidade muito ligada ao mar e à cultura marítima. Porque não queremos que os eventos culturais aconteçam apenas em espaços públicos, em espaços ou equipamentos como o centro cultural ou em auditórios, mas que se realizem também nas embarcações e na sua envolvente e no território cultural da nossa ribeira. Queremos dar a esta candidatura um sal cultural, que certamente nos diferenciará das restantes propostas", disse.
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