“Aguardamos ansiosamente a apresentação das medidas equivalentes ou equitativas para o resto do país, nomeadamente para o interior”, afirmou, em comunicado, o município liderado pelo socialista Rui Santos.

A autarquia disse que escolhe “acreditar que a convergência entre territórios de Portugal, e nomeadamente do interior com o litoral, não é apenas um chavão”.

“E que as preocupações demonstradas pelo Governo, Assembleia da República e Presidência da República aquando, por exemplo, da apresentação das medidas propostas pelo Movimento pelo Interior, não foram apenas de circunstância”, acrescentou o executivo liderado por Rui Santos.

O Governo anunciou a intenção de apoiar financeiramente a criação de uma modalidade de passe único, que permitirá aos utentes de transportes coletivos nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto deslocarem-se nesses territórios, alternando entre vários tipos de transporte, quer de operadores públicos, quer de privados.

Este passe permitirá também que as crianças até aos 12 anos sejam transportadas gratuitamente, que o preço do passe esteja limitado a 30 euros dentro de cada concelho e a 40 euros dentro de cada uma das áreas metropolitanas e ainda que cada família gaste, no máximo, 80 euros em transportes públicos, somando os preços dos vários passes de cada elemento da família.

O município de Vila Real congratulou-se com estas medidas, que frisou que “apoia inequivocamente”.

E disse ainda compreender as “diferenças entre as áreas metropolitanas e o resto do país ao nível da mobilidade, trânsito e ambiente”, no entanto, ressalvou que, “infelizmente há muitas outras diferenças, com óbvio prejuízo nomeadamente para o interior”.

A autarquia destacou o rendimento “genericamente inferior” das famílias que não vivem nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e, portanto, defendeu que “a preocupação do Governo em aumentar o rendimento das famílias, diminuindo os encargos com transportes, deve ser generalizada a todo o país”.

Elencou ainda as distâncias, que nas “cidades se medem em tempo, mas que no interior se medem em quilómetros”.

“Em Lisboa e no Porto terá que se vencer o trânsito lento, mas em Vila Real, Boticas, Mesão Frio ou Mondim de Basto terão que se vencer dezenas de quilómetros, por exemplo, até ao hospital público mais próximo. Ambas as situações são muito caras”, referiu.

Para o executivo de Rui Santos, “uma criança de 12 anos em Lisboa, Porto, Vila Real ou Évora deverá ter o mesmíssimo direito de ser transportada gratuitamente em transportes coletivos”.

“Não acreditamos na existência de portugueses de primeira e de segunda. Não faz sentido que se eduquem as crianças de Lisboa e do Porto para a importância da utilização de transportes coletivos e se faça a apologia do transporte individual em Vila Real, Braga, Coimbra ou Guarda”, sublinhou.

A câmara de Vila Real lembrou “que os transportes coletivos em Lisboa ou Porto recebem já (entre barcos, metros, comboios ou autocarros) mais de 120 milhões de euros de indemnizações compensatórias, pelos serviços públicos prestados”.

Um valor deverá “ser aumentado, fruto da existência do passe único”.

“Por exemplo inverso, em Vila Real, os transportes públicos urbanos custam 200 mil euros por ano à autarquia, que não é ressarcida de todo. No caso dos transportes escolares, a fatura anual de 890 mil euros é paga integralmente pela autarquia e pelas famílias dos alunos”, sublinhou.

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