“Pode chegar a esse ponto, pode ser necessário cortar as árvores, mas estaremos cá também para replantar e vê-las crescer novamente, num espaço que é icónico, num espaço que todos nós aprendemos a gostar, aprendemos a usufruir, um espaço que é histórico da cidade do Funchal”, disse o presidente da autarquia, em conferência de imprensa.

Miguel Silva Gouveia indicou estar em curso um processo de averiguações interno para “perceber o que é que falhou”.

“As árvores [plátanos] do Largo da Fonte são aquelas que, na cidade do Funchal, têm sido mais supervisionadas”, disse, reforçando: “Aquele património arbóreo tem sido alvo de análise, de estudos, de perícias por técnicos regionais e até empresas especializadas internacionais e apontavam para a segurança daquele espaço”.

O autarca sublinhou estar já em curso uma “intervenção de proteção civil” no Largo da Fonte, que vai decorrer até ao final da semana, com vista a “diminuir o risco que existe para pessoas e bens que possam circular nas imediações”.

“A intervenção será o corte de algumas das árvores, diminuindo a probabilidade de voltar a acontecer quedas de galhos”, esclareceu, sublinhando que a autarquia admite a possibilidade de proceder ao abate de todos os plátanos do Largo da Fonte.

Miguel Silva Gouveia manifestou-se surpreendido com a queda do galho no domingo, que originou um ferido ligeiro – uma mulher que caiu quando se afastava do local –, considerando que todas as árvores foram analisadas por peritos após o acidente de 15 de agosto de 2017, quando um carvalho com cerca de 150 anos tombou de um terreno adjacente sobre uma multidão e provocou 13 mortos e dezenas de feridos, durante as festividades de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Madeira.

“Depois de todas aquelas árvores terem sido analisadas, todo aquele espaço e o terreno ter sido estudado, o que aconteceu ontem [domingo] não pode a acontecer”, declarou.

E acrescentou: “Quando nos apontam para um estado de segurança daquele espaço e depois acaba por cair um galho daquelas dimensões, claramente estamos com uma situação que pode colocar em causa a segurança das pessoas”.

Miguel Silva Gouveia adiantou que o Largo da Fonte não será utilizado este ano para as festividades de Nossa Senhora do Funchal, por questões relacionadas também com as medidas sanitárias de controlo de pandemia de covid-19.