A moção da autoria do movimento "Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido", apresentada em reunião do executivo municipal, sugeriu ainda ao Ministério da Saúde para estabelecer um calendário definitivo ao processo de localização dos seus principais serviços no Porto e, que tal ocorra o mais rapidamente possível, tendo em conta os resultados presentes no relatório do grupo de trabalho.
O grupo de trabalho criado para avaliar o impacto da mudança do Infarmed de Lisboa para o Porto considerou, num relatório divulgado pelo Jornal de Notícias na semana passada, que a deslocalização pode melhorar o funcionamento do instituto ao nível da produtividade.
A deslocalização “trará maior produtividade e eficiência, nomeadamente com a construção de instalações mais adequadas do que as atuais, no Parque de Saúde, em Lisboa”, refere o grupo de trabalho, no documento.
Para a comissão de trabalhadores, que ainda não recebeu esse relatório, tais conclusões são "vazias", indicando que o facto de funcionar em três edifícios diferentes nunca foi um problema, porque estão situados a poucos metros uns dos outros.
De acordo com o documento, o investimento será de cerca de 17 milhões de euros, mas, “ao fim de 15 anos, poderá gerar uma poupança de 8,4 milhões”, o que a comissão de trabalhadores considera que não é uma vantagem, é muito pouco.
O presidente da câmara, o independente Rui Moreira, explicou que colocou como data 01 de janeiro porque foi a prometida pelo ministro da Saúde.
Por seu lado, o vereador socialista Manuel Pizarro mostrou dúvidas quanto a esta exigência, dizendo ter reservas que essa se torne em algo útil.
Já o social-democrata Álvaro Almeida recordou que a transferência é o único ato formal do Governo de António Costa, sublinhando que há duas coisas que tem de acontecer até 01 de janeiro: a mudança da sede formal e o início das obras de reabilitação do edifício para o efeito.
Justificando a abstenção à moção, a vereador da CDU Ilda Figueiredo considerou que não há condições para que mudança se concretize no primeiro dia do ano, assumindo já o ter dito ao Governo.
A comunista vincou que “não faz sentido nenhum” apontar nenhuma data sem, antes, acautelar o direito dos trabalhadores e os próprios utentes do serviço, sendo por causa deste “problema de fundo” que decidiu não votar favoravelmente.
Num inquérito a que responderam 85,4% dos 356 trabalhadores do Infarmed, 299 estão contra a mudança e apenas três a favor.
Mais de 92% declararam não estar disponíveis para se mudar para o Porto e 97% considera que teria impacto negativo na missão e desempenho do Infarmed.
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