“A Câmara de Lisboa, no ano de 2018, fez a afetação de 625 casas. É um ano em que fizemos um esforço muito intenso em assegurar o direito à habitação a 625 famílias e, destas, em particular com uma preocupação num programa especial relativamente ao centro histórico da cidade de Lisboa, isto é, a zona em que é maior a pressão imobiliária”, começou por dizer o chefe do executivo municipal.

Fernando Medina falava à comunicação social durante a entrega das primeiras chaves de um conjunto de mais de 100 casas que irão receber novas famílias em diversos pontos da cidade.

O autarca sublinhou que o número de casas entregues em 2018 ultrapassou aquilo que era a expectativa do município no início do ano e afirmou que está a ser feito um “esforço para durante o ano de 2019” haver “uma entrega maior de casas”.

“Isto significa recuperar casas mais rápido para entregar às famílias e significa também um esforço de construirmos mais habitação”, vincou Fernando Medina.

Numa nota enviada aos jornalistas, a câmara municipal destaca que o programa “Habitar o Centro Histórico” - destinado a residentes nos bairros da Misericórdia, Santa Maria Maior, Santo António e São Vicente "em comprovado risco de perda de habitação", e que "já garantiu casa a 72 famílias" - será alargado nas próximas semanas às freguesias da Estrela e Arroios.

Segundo a mesma nota, o número de habitações afetadas no ano passado "representa um aumento de 45% das casas atribuídas face a 2017 e o dobro dos fogos entregues em 2015”.

De acordo com a câmara municipal, em 2017 foram entregues 431 habitações e em 2015 foram afetadas 312. Já em 2016, o município entregou 451 fogos.

O presidente da câmara lembrou também que o município tem atualmente “três frentes de obra muito importantes”, no Bairro Padre Cruz, no Bairro da Boavista e no Bairro da Cruz Vermelha.

Medina afirmou ainda estar com a "expectativa de a todo o momento" o município poder "arrancar as obras do Programa de Renda Acessível, em particular da rua de São Lázaro, que aguarda agora o visto do Tribunal de Contas", e referiu que o município está "a trabalhar nos projetos para a construção da habitação direta pelo município no Programa de Renda acessível, nomeadamente no quarteirão da Avenida das Forças Armadas”.

O presidente da autarquia notou que os 11 edifícios que a câmara vai adquirir resultantes do acordo com a Segurança Social vão ser reconstruídos e permitirão "dar casa a cerca de mil famílias ou estudantes do ensino superior".

Aliás, indicou, "um deles em particular será destinado a residência de estudantes".

"Tudo isto tem um esforço grande de investimento por parte do município de Lisboa, que precisa de ser financiado e é o que vamos fazer com aquilo que obtivemos de excedente relativamente àquilo que era expectável da venda dos terrenos de Entrecampos", explicou.

“Por isso, passo a passo, mas de forma muito segura, estamos a assegurar o direito de habitação a mais famílias, para que mais pessoas vivam na cidade de Lisboa, uma resposta pública para enfrentar um mercado que está com muitas dificuldades”, reforçou.

Questionado pela agência Lusa sobre quantos fogos municipais estão neste momento desocupados, Fernando Medina não soube precisar, respondendo que “o município de Lisboa tem perto de 25 mil casas na sua propriedade e é natural que todos os anos há sempre fogos que vão sendo libertados, há sempre fogos que vão sendo afetados de novo às famílias”.

Medina acrescentou que “todos os anos há um trabalho muito grande da câmara municipal no sentido de com mais rapidez colocar mais casas à disposição das famílias”.

Em comunicado, a Câmara de Lisboa destaca que, dos cerca de 70 milhões de euros previstos para investir em habitação este ano, "acresceram recentemente 85 milhões de euros obtidos com a hasta pública de Entrecampos, totalizando um investimento de 155 milhões de euros com a Habitação".