Num comício em Braga no sábado à noite, o secretário-geral do PS, António Costa, defendeu que para que o Plano de Recuperação e Resiliência tenha sucesso os municípios não podem “ser entregues a quem todos os dias aparece na televisão” a combatê-lo, em referência às críticas do PSD.
“Para que este plano tenha sucesso, nós não podemos ter os municípios entregues a quem todos os dias aparece na televisão a combater o Plano de Recuperação e Resiliência [PRR], temos que ter os municípios entregues a quem quer arregaçar as mangas e pôr rapidamente no terreno, e em execução, o PRR”, afirmou António Costa.
Afirmando que o PRR “não é um plano para as calendas gregas”, mas antes um plano com um “prazo de execução muitíssimo limitado”, António Costa voltou a responder à oposição ao dizer que é “extraordinário que aqueles que há pouco tempo” diziam que o Governo não ia ser capaz de executar o PRR “a tempo e horas” agora se queixem por o executivo “ter pressa”.
Hoje, num discurso na Maia, Costa reconheceu que a pandemia atingiu “profundamente” o país do ponto de vista económico, e salientou que é preciso “apoiar as empresas que sofreram muito ao longo destes meses” e aqueles que “perderam o emprego” ou o rendimento.
No Porto, cuja câmara já liderou, o presidente do PSD acusou o Governo de deixar a cidade para trás e considerou que a autarquia atualmente presidida pelo independente Rui Moreira não tem "força política" para se impor, apontando como exemplo a situação da TAP.
“A TAP abandonou já relativamente o país, só aparece cá para receber os nossos impostos, mas abandonou o aeroporto Sá Carneiro, o Governo não se interessa por isso e a câmara não tem força política para se impor a um Governo que deixa o Porto para trás”, afirmou Rui Rio.
Depois de no sábado ter acusado o primeiro-ministro e líder do PS de “andar de ‘bazuca’ em punho”, Rio parafraseou hoje uma música de Ary dos Santos para voltar ao tema.
“Há a canção da menina ‘com um ribeiro à cintura’, nós temos o primeiro-ministro de ‘bazuca’ à cintura”, criticou, referindo-se às muitas referências de António Costa ao PRR na campanha autárquica.
O secretário-geral do PCP referiu-se também ao PRR para dizer que o que nele está previsto para a habitação é insuficiente, acusando o Governo de "sacudir a água do pacote" e de ser complacente com os grandes grupos económicos.
"A habitação é um problema sério a requerer investimento do Estado e a intervenção das autarquias", afirmou na Pontinha, em Odivelas, considerando que o PS e o Governo andam a usar o plano "demagogicamente como trunfo eleitoral".
Por outro lado, enquanto chumba diplomas no parlamento como a redução do preço das botijas de gás, o PS deixa intacto o "bife de lombo dos interesses do capital" que favorece, acusou.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, estranhou que o líder do PS não compreenda que, em democracia, são normais as críticas a um Programa de Recuperação e Resiliência que considerou não estar bem pensado.
“Na democracia é normal existirem diferenças, é normal também existir exigência de transparência sobre os investimentos que sejam feitos e é normal que em cada concelho se debata o que é que tem sentido ou não tem sentido fazer”, começou por responder.
Na opinião do BE, um PRR que “prevê apenas 26 mil casas, num país que tem 46 mil famílias que precisam de uma casa urgente”, é um programa que “não está bem pensado".
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, que está hoje em campanha na Madeira, também respondeu a António Costa num comício no sábado à noite em Oliveira do Hospital, afirmando que “já estava à espera de que o fracasso” do PRR fosse imputado à direita, porque o Governo sacode a “água do capote e imputa responsabilidades a terceiros”.
"Neste Governo todos estamos habituados que a culpa nunca [seja] dos membros socialistas, é sempre de alguém”, afirmou.
O líder centrista defendeu que está "na hora de o primeiro-ministro assumir que este é o seu PRR, é o PRR onde verte as suas prioridades, a sua chave de repartição das verbas em que ignora as famílias e as empresas, e que agora está sujeito ao escrutínio dos eleitores”.
A líder do PAN esteve esta tarde no município de Vila Franca de Xira, onde fez uma viagem de barco no Tejo para ver o mouchão da Póvoa.
Inês Sousa Real observou os edifícios que ficaram submersos na sequência de um rombo no dique e alertou para as consequências que a subida no nível da água pode ter naquela região.
Em campanha em Matosinhos, o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo, considerou que o Governo está a usar o desconfinamento para "capitalizar o momento eleitoral" e defendeu "um rápido regresso da vida normal".
“Nós [IL] pedimos que entrássemos em desconfinamento total em julho, na penúltima reunião do Infarmed. O que o Governo está a fazer agora, tarde e a más horas, é capitalizar um momento eleitoral e arvorar-se como campeão da libertação”, criticou João Cotrim de Figueiredo.
O líder do partido considerou que “a sociedade não se pode desenvolver se privilegiar sempre a segurança em relação à liberdade”, acusando o executivo do PS de “gerir politicamente” o processo.
Cotrim Figueiredo indicou que “foram impostas restrições ridículas, como fechar os restaurantes às 13:00, causando tantas dificuldades aos negócios”, e sublinhou que um dos propósitos do IL nesta campanha autárquica é explicar que o mote do partido é “não complicar a vida às pessoas”.
Em Castelo Branco, o líder do Chega, André Ventura, acusou António Costa de andar pelo país a prometer "mundos e fundos" com o dinheiro da ‘bazuca’ europeia, situação que considerou ser de deslealdade e uma fraude.
O presidente do partido de que é também o único deputado referiu que Costa é primeiro-ministro há sete anos, mas "o país está a empobrecer" e tem "da eletricidade mais cara, do gasóleo e gasolina mais caros". Para André Ventura, António Costa é "a maior fraude política que ocorreu em Portugal nas últimas décadas".
O presidente do Partido Popular Monárquico (PPM), Gonçalo da Câmara Pereira, manifestou hoje na Amadora disponibilidade para colaborar com todos os partidos que defenderem a ecologia e o ambiente.
“O Partido Popular Monárquico é o primeiro partido europeu a ser realmente ecologista e ambientalista. Portanto, tudo o que nós pudermos agregar em candidaturas a favor do ambiente e da ecologia é sempre bem-vindo”, afirmou, justificando também a candidatura conjunta com o RIR ao concelho da Amadora.
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