Keller, que competiu nos Jogos Olímpicos de 2000, 2004 e 2008, foi alvo de uma denúncia pelo FBI, que apresentou imagens de um vídeo em que o nadador surge entre os que invadiram o edifício na semana passada.

O FBI pediu um mandado de captura e acusa Keller de ter entrado, de forma consciente, num edifício restrito sem autoridade legal e de tentar impedir o funcionamento do Governo.

Apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, no dia 06, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.

Pelo menos cinco pessoas morreram durante esta invasão, incluindo um agente da Polícia do Capitólio.

Keller, 38 anos, participou em três edições dos Jogos Olímpicos, tendo conquistado duas medalhas de ouro e uma de prata nos 4x200 metros livres, assim como outras duas de bronze nos 400 metros livres.

Na terça-feira, o FBI anunciou que não iria “tolerar” a brutalidade da invasão ao Capitólio.

“A brutalidade a que o povo americano assistiu chocado e incrédulo no dia 06 não vai ser tolerada pelo FBI. Os homens e mulheres do FBI não deixarão nada de lado nesta investigação”, avisou o diretor-adjunto desta polícia federal na capital, Steven D'Antuono, em conferência de imprensa.

De acordo com a mesma fonte, à data de ontem, as autoridades receberam “mais de cem mil itens multimédia”, incluindo fotos e vídeos, com o objetivo de identificar os que participaram na invasão ao Capitólio.

Não se referindo a Keller, a presidente da comissão executiva do Comité Olímpico e Paralímpico norte-americano, Sarah Hirshland, emitiu um comunicado condenando as ações dos manifestantes no Capitólio, acrescentando que “estes não representam os valores dos Estados Unidos da América ou da Team USA [nome dado ao conjunto de atletas que integram a missão olímpica do país]”.

“Em casa e por todo o mundo, os atletas da Team USA são tidos a um nível elevado enquanto representam o nosso país dentro e fora do campo em que competem. O que aconteceu em Washington, DC, foi um caso em que esse nível claramente não foi atingido. As pessoas envolvidas atacaram os pilares da democracia que tão orgulhosamente representamos”, escreveu Hirshland num comunicado divulgado na plataforma social Twitter.

“Apelo a todos os associados à Team USA para que continuem a celebrar a nossa diversidade de contextos e credos, a estarem juntos contra o ódio e a divisão, e a usarem a nossa influência para criar mudanças positivas na nossa comunidade”, concluiu.