A reação oficial do governo ocorreu quando Francisco chegou à cidade de Quebeque para reuniões com o primeiro-ministro, Justin Trudeau, e a governadora-geral Mary Simon, no âmbito da segunda etapa da visita de uma semana de Francisco ao Canadá.
O Papa Francisco pediu na segunda-feira “perdão pelo mal cometido” contra os nativos do Canadá, em particular nos internatos para crianças geridos pela Igreja Católica, e lamentou que alguns dos seus membros tenham “cooperado” em políticas de “destruição cultural”.
“Estou triste. Peço perdão”, referiu o sumo pontífice da Igreja Católica a milhares de nativos em Maskwacis, no oeste do Canadá, país onde chegou no domingo para uma “peregrinação penitencial”, um gesto esperado há anos.
Referindo-se a um “erro devastador”, o Papa Francisco reconheceu a responsabilidade da Igreja num sistema em que “as crianças sofreram abusos físicos e verbais, psicológicos e espirituais”.
Os povos indígenas há muito que exigem que o papa assuma a responsabilidade não apenas pelos abusos cometidos por padres católicos e ordens religiosas individuais, mas pelo apoio institucional da Igreja Católica à política de assimilação e à justificativa religiosa do papado no século XV para a expansão colonial europeia para espalhar o cristianismo.
Entre o final do século XIX e os anos 1990, cerca de 150.000 crianças indígenas foram recrutadas à força para mais de 130 destas instituições. Aí foram isolados das famílias, da língua e cultura, e foram frequentemente vítimas de violência. Pelo menos 6.000 crianças morreram nestas instituições.
A descoberta em 2021 de mais de 1.300 sepulturas não identificadas perto destas escolas provocou uma onda de choque no país, que está lentamente a abrir os olhos para este passado, descrito como “genocídio cultural” por uma comissão nacional de inquérito.
O papa já pediu desculpa a uma delegação de nativos canadianos no Vaticano, em abril passado.
Comentários