De acordo com o relatório, a Agência dos Serviços Fronteiriços do Canadá (CBSA, na sigla em inglês), organismo responsável pela gestão dos processos de deportação, não sabe onde estão atualmente 34.700 cidadãos estrangeiros, na sua maioria requerentes de asilo que viram os seus pedidos rejeitados e que receberam uma ordem de deportação.
Os restantes 15.300 casos identificados no relatório são pessoas que os serviços da CBSA conseguiram localizar, cujos processos de deportação encontram-se em fase “de tratamento”.
Entre estes casos, há pessoas que aguardam pela efetivação da ordem de expulsão do país há vários anos.
“A acumulação de ordens de deportação é um problema que perdura no seio da CBSA”, indicou o relatório desenvolvido pela instituição de fiscalização canadiana, equivalente ao Tribunal de Contas em Portugal, citado pelas agências internacionais.
“A maioria das ordens foram emitidas há muitos anos e envolvem, nomeadamente, criminosos e requerentes de asilo” com pedidos rejeitados, acrescentou o mesmo documento.
Ainda sobre o desempenho da CBSA, a instituição fiscalizadora mencionou igualmente uma “má qualidade das bases de dados” e identificou “deficiências básicas na gestão de casos”, fatores que desencadearam “atrasos evitáveis no processamento de milhares de casos”.
“As deficiências na troca de informações” com o Ministério da Imigração, Refugiados e da Cidadania “também atrasaram o tratamento dos casos”, referiu ainda o relatório.
As agências internacionais não mencionam especificamente quando foi realizada esta auditoria, referindo, no entanto, que quando foi desenvolvida o Canadá tinha decidido suspender as deportações para um conjunto de 15 países, entre os quais constavam o Afeganistão, a República Democrática do Congo, o Haiti e o Iraque.
O Canadá tem recebido um número crescente de pedidos de asilo durante os últimos anos: cerca de 50.000 em 2017, cerca de 55.000 em 2018 e cerca de 64.000 no ano passado.
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