“O caos na operação da SATA está a ser um fator de bloqueio à afirmação da região como destino turístico e está a prejudicar a imagem no exterior”, afirmou Duarte Freitas, na sessão de abertura da quarta edição da Universidade de Verão do PSD/Açores e JSD/Açores, no concelho da Madalena, ilha do Pico, que assinala a ‘rentrée’ política do partido.
Desde junho, vários incidentes, mas também problemas técnicos têm condicionado a operação da transportadora SATA, detida pela Região Autónoma dos Açores, o que tem motivado críticas de passageiros e de várias entidades.
Para o social-democrata, “esta situação é o culminar de uma década de má gestão e de opções erradas dos governos [regionais] do PS”.
“Enquanto acionista maioritário de uma empresa pública, cabe ao Governo nomear as administrações, aprovar e acompanhar os planos para a empresa. E o que temos visto nos últimos anos é uma absoluta falta de rumo e uma preocupante desresponsabilização por parte do Governo”, acusou.
Para Duarte Freitas, o facto de a SATA ter tido três presidentes do conselho de administração em dez anos e um conjunto de administradores que se “foram sucedendo sem qualquer estabilidade" traduz, "só por si, um sinal claro de deriva", além de ter custado milhões de euros à companhia.
O presidente do PSD/Açores salientou que, “por muito que se queira fazer esquecer, a verdade é que Vasco Cordeiro tem, há quase dez anos, responsabilidades diretas na SATA, primeiro como secretário regional da Economia, com a tutela da empresa, e agora como presidente do Governo”.
“Vasco Cordeiro demitiu-se dos seus deveres enquanto responsável político pela companhia e o resultado está à vista”, declarou Duarte Freitas, considerando que foi sob a responsabilidade deste governante, que é também líder do PS/Açores, que se registou “uma perda de valor por prejuízos acumulados de mais de 130 milhões de euros”.
O líder regional do PSD, maior partido na oposição no arquipélago, adiantou que o executivo açoriano deve 50 milhões de euros à companhia aérea, o mesmo montante que a empresa tem de dívidas a fornecedores, e que “as necessidades de reforço de capitais da SATA estão na ordem dos 150 milhões de euros, valor apontado para que seja encontrado o equilíbrio financeiro da empresa”.
O responsável anunciou ainda que o PSD/Açores vai fazer chegar uma carta a Vasco Cordeiro com a sua posição para resolver os problemas da empresa e garantiu que apoio a uma eventual alteração ao Orçamento da região para que essas dívidas sejam regularizadas.
Duarte Freitas defendeu igualmente um plano estratégico para o grupo SATA a ser executado nos próximos três anos, com vista a uma “reestruturação total da empresa e para recuperar a sua sustentabilidade”, considerando que a abertura do capital social da empresa a privados “parece cada vez mais uma evidência” e manifestou disponibilidade para “apoiar uma solução” desta natureza.
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