"Confirmamos a suspensão dos voos entre Lisboa e Pequim, com começo a 15 de outubro e até março", lê-se num correio eletrónico enviado pela empresa a uma passageira, e a que a agência Lusa teve acesso.
Desde esta manhã, qualquer tentativa de marcar um voo dentro daquelas datas, através do portal de Internet da companhia aérea, não dava qualquer resultado.
Contactada pela Lusa, a empresa recusou avançar os motivos da suspensão, referindo apenas "razões operacionais".
Também contactadas pela Lusa, fonte oficial da Secretaria de Estado optou por não fazer comentários, enquanto o Turismo de Portugal remeteu uma eventual reação para mais tarde.
O voo, que tem três frequências por semana, entre a cidade de Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, arrancou a 26 de julho de 2017.
No primeiro ano desde que começou a voar para Portugal, a Capital Airlines transportou mais de 80 mil passageiros, segundos dados divulgados por altura do aniversário.
A taxa média de ocupação do voo fixou-se nos 80%, nos meses mais fracos, enquanto na época alta superou os 95%.
A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado o ano passado com uma dívida de 598 mil milhões de yuan (cerca de 77 mil milhões de euros), de acordo com os dados divulgados na apresentação dos seus resultados anuais.
A escalada nos custos de financiamento desencadeou uma onda de venda de ativos do grupo, que tem sido um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas sobre "investimentos irracionais" no estrangeiro, que podem "acarretar riscos" para o sistema financeiro chinês.
Aquando do início da ligação aérea, o primeiro-ministro português, António Costa, disse esperar que os voos diretos Lisboa-Pequim fossem um reforço de Portugal como "grande ‘hub’ intercontinental” (centro de operações).
A afirmação de António Costa foi feita a 11 de julho de 2017 durante a cerimónia de inauguração dos voos diretos Lisboa-Pequim, com a presença do presidente do parlamento da China, Zhang Dejiang, que estava então a efetuar uma visita a Portugal.
Para António Costa, a abertura da rota Lisboa-Pequim tem um “enorme simbolismo” e “é a nova rota da seda do século XXI”.
[Notícia atualizada às 19:57]
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