Na caricatura, inserida no espaço humorístico "Canalha", Joana Matsombe aparece de fato de banho, numa piscina, com o ex-governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, de calções.
No mesmo espaço, aparecem as palavras "Nosso Banco" e "Supervisão Bancária".
"Com a caricatura, pretendíamos frisar que o banco central sabia da degradação da situação do Nosso Banco, os responsáveis do Banco de Moçambique estavam ao corrente da situação perigosa e de insolvência do Nosso Banco", disse à Lusa o editor do Canal de Moçambique.
O Nosso Banco está em processo de liquidação decretado pelo Banco de Moçambique, depois de o banco central o ter obrigado a cessar operações em 2016 devido à "situação financeira e prudencial deficitária, pondo em risco os interesses dos depositantes e demais credores, bem como o normal funcionamento do sistema bancário".
Matias Guente disse que Joana Matsombe acusa o Canal de Moçambique de calúnia e difamação e exige uma indemnização de dois milhões de meticais, (cerca de 28.700 euros).
"Nós retratámos Joana Matsombe porque ela, na qualidade de administradora do Banco de Moçambique, falava em nome desta instituição sobre a situação do Nosso Banco", declarou Matias Guente.
Apesar das tentativas, a Lusa não conseguiu contactar o advogado de Joana Matsombe.
Guente adiantou que é réu noutros três processos por calúnia e difamação, incluindo um que lhe é movido pelo Ministério Público, na sequência de caricaturas publicadas no "Canalha" sobre o chefe de Estado, Filipe Nyusi.
O julgamento, no Tribunal Judicial de Maputo, está previsto iniciar-se às 09:00 locais (08:00 em Lisboa).
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