“Não houve nenhuma complacência nessa matéria. Mas houve um grande rigor do ponto de vista da constituição de provas, porque não basta ter sentimentos, não basta ter indícios”, disse hoje no parlamento o antigo governador, respondendo a João Paulo Correia (PS) sobre o adiamento da família Espírito Santo do banco.
Carlos Costa está hoje a ser ouvido em audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução.
“O afastamento da família Espírito Santo do BES foi anunciado no final do primeiro trimestre [de 2014], pedindo um plano de sucessão e de saída”, referiu, admitindo que o Banco de Portugal estava “a fazer uma operação puxando ao limite o enquadramento legal existente” para o fazer.
Questionado pelo deputado acerca da demora no afastamento de Ricardo Salgado, e sobre se uma carta enviada pelo ex-líder do BES influenciou o Banco de Portugal, Carlos Costa negou.
“O que convence o Banco de Portugal, o que me levou a recuar, foi simplesmente a necessidade de uma transição ordeira da instituição para um novo Conselho de Administração, sem pôr em causa a estabilidade financeira”, referiu.
Aquando do aumento do capital do BES, ainda antes da resolução de agosto de 2014, “a reputação do dr. Ricardo Salgado no mercado era muito superior àquela que ele tinha junto do Banco de Portugal (BdP)”, disse ainda o antigo responsável máximo do supervisor bancário nacional.
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