“Respeito muito todo o sistema e todos os partidos do sistema, mas há partidos que são os moderados do sistema, e, portanto, esses partidos devem dialogar exatamente porque os extremos são perigosos, os extremos à direita e os extremos à esquerda”, disse Carlos Moedas, questionado pelos jornalistas, à margem da 2.ª edição do Foro La Toja – Vínculo Atlântico, que hoje decorreu em Lisboa.
Carlos Moedas afirmou que é preciso ter em conta os “perigos dos extremos”, que “normalmente são os que não querem dialogar, à esquerda e à direita”, mas “destruir o sistema”.
“Eu penso que os partidos do centro não querem destruir o sistema, querem trabalhar com o sistema, e é muito importante para as pessoas, porque os extremos hoje, à esquerda e à direita, aquilo que querem é destruir o sistema, destruir de maneiras diferentes, obviamente, com ideias diferentes, com as quais não concordo, nem de um lado, nem de outro”, sublinhou.
Sobre a carta enviada na segunda-feira pelo líder do PS, Pedro Nuno Santos, ao primeiro-ministro do Governo da AD (Aliança Democrática, coligação pré-eleitoral que juntou PSD, CDS-PP e PPM), Luís Montenegro, na qual o secretário-geral socialista mostra abertura para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública, Carlos Moedas considerou que “o diálogo é sempre um bom sinal”.
“Aquilo que eu vi até agora é que também temos um primeiro-ministro que está aberto ao diálogo, e é muito bom sinal uma carta trocada, mas eu penso que não é com cartas que se resolvem as situações”, disse.
Moedas sublinhou, contudo, que não quer dar conselhos, porque não é conselheiro, mas presidente da Câmara de Lisboa, onde governa em minoria.
“Na Câmara de Lisboa esse diálogo, como sabemos, é feito com todos os partidos à volta da mesa, mas obviamente com o Partido Socialista, que é o maior partido da oposição. É com ele que eu também dialogo todos os dias e que trabalho todos os dias”, acrescentou.
O autarca apelou à responsabilidade de quem governa e destacou que também “é importante a responsabilidade da oposição, neste caso obviamente do Partido Socialista”, porque “todos os portugueses querem estabilidade”.
A 2.ª edição do Foro La Toja – Vínculo Atlântico, promovida pelo Grupo Hotusa e Fundación La Toja, que hoje decorreu em Lisboa, pretende ser um espaço de diálogo, reflexão e defesa da democracia liberal, e este ano abordou a transição para a democracia de Portugal e Espanha, com o apoio da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.
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