Em declarações aos jornalistas, à margem da cimeira tecnológica Web Summit, que decorre em Lisboa, o autarca sublinhou: “Não governei com o Chega em Lisboa, não estou a governar com o Chega em Lisboa.”
Carlos Moedas (PSD e que governa Lisboa sem maioria absoluta) considerou, porém, que tem de se “respeitar” quem vota no partido liderado por André Ventura.
“As pessoas hoje que votam no Chega estão revoltadas (…) e essa revolta é uma revoltar real”, decorrente de “não aguentarem mais um país onde os políticos não se dedicam à causa pública e dedicam-se à política partidária”, analisou, apelando a que se acabe com “a fricção política”, que hoje se polariza em “extremos à esquerda e à direita, que estão a criar ódio”.
Questionado sobre se cumprirá o mandato até ao fim, qualquer que seja o resultado das próximas eleições legislativas, Carlos Moedas respondeu: “Sem dúvida. Sou presidente da câmara de Lisboa. Tenho um grande privilégio em ser presidente da Câmara de Lisboa.”
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, já anunciadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
António Costa é alvo de um inquérito no Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitas num processo que investiga tráfico de influências no negócio de um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo tido intervenção para desbloquear procedimentos.
Carlos Moedas tentou esquivar-se a falar de “política partidária, sublinhando que, enquanto “presidente de todos os lisboetas”, deve estar “acima de todos os partidos políticos”, mas não deixou de considerar “muito grave” a situação que se vive no país.
“As coisas que estão a acontecer são graves e por isso mesmo o país vai a eleições. Nenhum de nós esperava eleições neste momento”, notou.
Apelando à estabilidade política, económica e social, Moedas diz que, enquanto presidente da câmara, tem reagido à crise “trabalhando todos os dias”.
O autarca tem dito aos “muitos empresários” que, na Web Summit, lhe têm perguntado sobre o impacto da atual situação que, “em Lisboa, não há consequências” da crise política.
“Lisboa é estável, estamos a governar a cidade, estamos a trabalhar exatamente para que as pessoas tenham confiança”, tem-lhes garantido.
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