O advogado, que falava aos jornalistas à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, admite que a duração do interrogatório seja “longa” e que este sábado sejam determinadas as medidas de coação.

“Vai prestar declarações. Não há nenhuma razão para que não responda, a não ser que seja alguma coisa de inconveniente lhe seja perguntada. Agora, à matéria da indiciação vai responder a todas as questões. Tendo em conta a extensão da indiciação é natural que seja um interrogatório longo. Tudo indica que as medidas de coação serão conhecidas amanhã [SÁBADO]”, afirmou.

Assim, depois de José António dos Santos, que prestou declarações esta manhã, e de Bruno Macedo e Tiago Vieira, de tarde, Luís Filipe Vieira será o último a responder às questões do juiz Carlos Alexandre, uma situação que segundo Magalhães e Silva o presidente do Benfica, com o mandato suspenso, reagiu com naturalidade e que não houve nenhuma discordância em relação à ordem do interrogatório.

“Luís Filipe Vieira reage muito bem, porque percebeu efetivamente que os interrogatórios demoraram o tempo que deviam demorar. Representaria agora uma enorme violência estar a prestar declarações, com os esclarecimentos que ele naturalmente que prestar, com o juiz cansado, o procurador da república cansado, os funcionários cansados, eu cansado, ele cansado, porque não há nada que mais canse que uma espera durante um dia inteiro”, realçou.

Depois de Rui Costa ter assumido funções, embora o discurso de tomada de posse só tenha acontecido depois da saída do advogado o TCIC, Magalhães e Silva garante que Vieira desconhece o nome de quem o sucedeu.

“Não falámos sobre isso. Tanto quanto eu me apercebi ele não sabe que quem é o sucessor”, anuiu.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.