"Acreditamos que Putin sabia destas ações" de interferência eleitoral, disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, John Kirby, depois do Tesouro americano sancionou dois funcionários do RT, assim como os seus diretores.
As autoridades americanas anunciaram mais cedo sanções contra executivos do RT — que é um meio de comunicação financiado pelo Estado russo — e outras pessoas, as quais acusou de fazer "esforços de influência maliciosa" contra as eleições presidenciais americanas de 2024.
O Departamento do Tesouro americano apontou para duas entidades e dez pessoas, entre elas a editora-chefe do RT, Margarita Simonovna Simonyan, e a sua adjunta, Elizaveta Yuryevna Brodskaia.
O órgão é acusado de recrutar, de forma encoberta, "influenciadores americanos involuntários" para apoiar uma "campanha" do RT, anteriormente conhecido como Russia Today.
A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, disse que a entidade "não hesitará" no compromisso de "salvaguardar" os princípios democráticos do país e "a integridade" dos seus sistemas eleitorais.
Segundo o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, dois funcionários do RT foram acusados em Nova Iorque de lavagem de dinheiro e violação da Lei de Registo de Agentes Estrangeiros. Ambos são acusados de canalizar 10 milhões de dólaares para uma empresa com sede no estado do Tennessee, "para divulgar conteúdo considerado favorável ao governo russo", acrescentou.
A acusação aponta que a empresa americana, que não foi identificada, publicou vídeos em inglês no TikTok, Instagram, X e YouTube e “nunca revelou aos influenciadores nem aos seus milhões de seguidores os seus vínculos com o RT e o governo russo”, disse Garland.
As personalidades mediáticas em causa incluem conhecidos podcasters e comentadores da esfera conservadora norte-americana como Tim Pool, Dave Rubin e Benny Johnson — sendo que vários já emitiram comunicados afirmando-se "vítimas" involuntárias desta campanha.
O RT reagiu através do seu canal no Telegram, desqualificando as acusações dos Estados Unidos, considerando-as de "clichês conhecidos". "Três coisas são inevitáveis na vida: a morte, os impostos e a 'interferência do RT nas eleições americanas'", ironizou o órgão de comunicação.
Segundo o Departamento do Tesouro, Simonyan foi uma "figura central nos esforços de influência maliciosa do governo russo", enquanto Brodskaia "informou o presidente russo", Vladimir Putin, e outros funcionários.
Washington acusa Moscovo de tentar influenciar as eleições presidenciais desde a disputa de 2016 entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton.
Após as eleições de 2020, funcionários de inteligência dos EUA acusaram Putin de autorizar "operações de influência" para favorecer a votação em Trump.
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