Numa estrada costeira cheia de curvas, o automóvel é ultrapassado por uma mulher ao volante de um Mercury Cougar. Mais à frente, o carro estacionado na berma e, na praia, uma rapariga tenta suicidar-se no mar. Irrompe areal dentro, salva-a das ondas e apresenta-se: "My name is Bond, James Bond". A cena passa-se em "007 - Ao Serviço de Sua Majestade" e estes sete minutos de filme são o melhor cartão de visita que a praia do Guincho podia dar ao mundo.

Em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais, próximo da serra e cravada entre dois picos rochosos, a Ponta Alta e a Ponta do Abano, a praia grande do Guincho é uma das "7 Maravilhas de Portugal" na categoria "uso desportivo". Ali, o vento faz-se sentir ao longo de quase todo o ano, o que torna o local ideal para a prática de desportos radicais, como o surf, windsurf ou kitesurf.

A grande extensão de areal, a água cristalina e a paisagem que a rodeiam tornam a praia ideal para dar uns mergulhos, estender a toalha e relaxar. Ou caminhar pelos passadiços através das dunas Guincho-Cresmina, um trilho de 1,6 Km (cerca de 25 minutos) com uma rota circular e exposição fixa sobre o sistema dunar - estudos recentes revelam que a duna da Cresmina avança cerca de dez metros por ano, pondo em causa a longo prazo solos aráveis e habitações.

Mas voltemos a Bond. O Guincho não foi o único local de filmagem. É pelo gerente do Hotel Palácio Estoril que o agente secreto fica a saber que o Cougar pertence à condessa Tereza di Vicenzo, Tracy, a única Bond Girl a casar com 007. E foi nesse hotel que o elenco ficou instalado durante todo o ano de 1968. Mas há outra curiosidade: José Diogo, o miúdo que aparece em diversas cenas do filme a entregar a chave do quarto a James Bond, continua, 56 anos anos depois, a trabalhar no Hotel Palácio Estoril como chefe da portaria.

Cascais e Estoril são também o berço de "Casino Royale". Na verdade, foi no Casino Estoril - o maior da Europa - e no Hotel Palácio que o escritor Ian Fleming procurou inspiração para escrever o romance que mais tarde deu origem a uma das personagens mais famosas do cinema no mundo, inspirado na história do espião jugoslavo Dusko Popov.

A Costa do Sol, em particular o Estoril, atravessou durante a Segunda Guerra Mundial um momento de grande desenvolvimento (é possível encontrar um pouco da história no Museu da Vila ou na Casa Sommer, onde se encontra grande parte do arquivo municipal). Os turistas eram então uma pequena elite e foi para lá que fugiram muitos refugiados de guerra e perseguidos políticos, além de diplomatas e agentes (às vezes duplos) secretos. A historiadora Irene Pimentel conta que os espiões da Alemanha terão escolhido o Hotel Atlântico, o Grande Hotel do Monte Estoril e o Hotel do Parque, enquanto os aliados optaram pelo Grande Hotel da Itália, no Monte Estoril, e o Hotel Palácio Estoril. Histórias não faltam.

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A Cidadela e o seu Palácio, de casa de reis e presidentes a hotel de cinco estrelas

Não foi por acaso que o Palácio da Cidadela acolheu a exposição da investigadora Margarida Ramalho sobre os refugiados que procuraram abrigo em Portugal na época, entre os quais a grã-duquesa Charlotte do Luxemburgo, que chegou com a mãe, Maria Ana de Bragança, filha de D. Miguel, com vistos passados por Aristides de Sousa Mendes, numa comitiva com cerca de 70 pessoas.

O Palácio da Cidadela, então casa oficial do presidente da República, está encostado à Casa de Santa Maria, onde a grã-duquesa ficou hospedada - depois de autorizada por Salazar, na condição de não falar de política.

Vamos ainda mais atrás. Foi a moda dos banhos de mar que levou a família real a mudar-se de armas e bagagens para o Palácio da Cidadela. Todos os verões a partir de 1870 as rotinas da vila transformavam-se nos meses de setembro e outubro. A tradição trouxe os iates, as festas, a nata da nata da sociedade portuguesa - e não só - para Cascais. E a eletricidade também.

Quando descia para umas braçadas na baía, a bandeira nacional era hasteada na praia da Ribeira, hoje conhecida como praia dos Pescadores, para anunciar a presença do rei. E no dia em que D. Carlos fez 15 anos, e recebeu de presente o seu primeiro veleiro, Nautilus, os moradores de Cascais assistiram à primeira experiência de iluminação elétrica em Portugal - acenderam-se os candeeiros (idênticos aos da Praça da Ópera em Paris) da esplanada da Cidadela.

Apaixonado pelo oceano, quando subiu ao trono D. Carlos I trouxe grandes reformas à Cidadela, fortaleza construída para defender a costa de Lisboa em 1495 e aumentada mais de um século depois, e fez o primeiro laboratório português de biologia marinha. Foi também o monarca que impulsionou a prática de vela - a primeira regata internacional em águas portuguesas data de 1898 -, remo e natação.

Com a proclamação da República, o Palácio da Cidadela passou para a tutela da Presidência da República - e foi residência de vários chefes de Estado, incluindo António Carmona e Craveiro Lopes. Durante anos, foi ali que viveu o guarda do palácio, o Sr. Cruz, que no inverno metia os perus dentro de casa sob pretexto de os animais terem frio. O palácio ainda chegou a ser residência do chefe da casa militar de Mário Soares, Carlos Azeredo.

Desativado durante meio século, foi transferido para o município de Cascais em 2004 e reabriu as portas ao público em novembro de 2011, depois de uma cuidadosa reabilitação a cargo do arquiteto Pedro Vaz. Hoje, o Palácio da Cidadela está convertido em hotel de cinco estrelas, o Pestana Cidadela Cascais – Pousada & Art District, rodeado de estúdios, galerias e museus.

Areias de Cascais - Receita

Com origem na vila de Cascais, as referências às Areias de Cascais surgem já no fim do século XIX. A primeira receita escrita com este nome, no entanto, data de 1933, em "A Cozinha Ideal", de Manuel Ferreira.

Feitas à base de farinha, açúcar, banha e manteiga, fazem lembrar a areia da praia.

Ingredientes:

  • 100 gr de açúcar
  • 150 gr de banha (amolecida)
  • 50 gr de manteiga
  • 300 gr de farinha T55 (sem fermento)
  • Açúcar q.b.

Modo de preparação:

  1. Juntar a banha e a manteiga com o açúcar e bater até formar um creme fofo e esbranquiçado.
  2. Adicionar a farinha pouco a pouco até obter uma massa lisa e uniforme.
  3. Embrulhar em película aderente e deixar repousar 30 minutos.
  4. Transferir a massa para uma bancada, esticar a massa num cilindro com cerca de 2 cm e cortar em porções aproximadas 1,5 cm com uma faca.
  5. Fazer bolinhas com as mãos e dispor num tabuleiro forrado com papel vegetal. Fazer um buraquinho no centro de cada um com o dedo (a parte mais divertida para as crianças).
  6. Levar a cozer em forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 10 minutos.
  7. Retirar do forno e passar ainda quentes por açúcar.

Em alternativa, a Biscoitos de Sintra tem as Areias de Cascais já prontas a comer.

Mesmo em cima do mar e ao lado da marina, a apenas dois minutos a pé do centro da vila, a Cidadela é um lugar de referência e oferece hoje uma programação regular de visitas guiadas, exposições temporárias e uma variedade de iniciativas, incluindo conferências, seminários e lançamento de livros (é lá que estão as livrarias Dejá Lu e Indie). E tem a Taberna da Praça, onde é possível saborear petiscos e receitas literárias.

A vila piscatória e uma Estrada Marginal que custou 40 contos

Cascais tem como vizinhos os concelhos de Oeiras e Sintra. As fronteiras são muitas vezes esquecidas, porque, como disse o prémio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, "ou vencemos juntos ou falhamos separadamente". Prova dessa colaboração é a Maratona de Lisboa, que parte de Cascais, ou o triatlo Ironmen, que começa em Cascais, percorre Oeiras e Lisboa, Mafra e Sintra e volta a Cascais. Mas continua a ser difícil explicar a um estrangeiro que aterra no centro de Lisboa que em cinco minutos de carro está noutro território, Oeiras, e segundos à frente está a passar a portagem de Carcavelos, que já faz parte de Cascais.

No início do século XIX as longas extensões de litoral eram praticamente desertas, povoadas apenas por pequenas comunidades piscatórias, a viver em condições precárias. Quando chegaram os primeiros banhistas, foi preciso criar condições para os receber. E entreter. A primeira mudança chegou com o caminho-de-ferro. Depois veio a emblemática Estrada Marginal e nada ficou como antes.

Considerada por muitos a mais bela do país, a Estrada Marginal  começa em Lisboa e acaba em Cascais, serpenteando ao longo da costa, primeiro o rio, depois o mar. Com 20 Km, a sua construção, iniciada em 1937, custou 40.000 contos e deve-se a Duarte Pacheco, que já não a viu pronta.

O Oceano Atlântico é outro vizinho poderoso: o território em mar é dez vezes superior ao território em terra. Também por isso conhecer os faróis de Cascais - Farol Museu de Santa Marta, Farol da Guia e Farol do Cabo Raso - é viajar no tempo. As visitas guiadas são gratuitas - a Direção de Faróis de Portugal celebra cem anos este ano.

Hoje, além do comboio e da Estrada Marginal, é possível caminhar ao longo das praias da Costa do Sol pelo paredão, entre o areal e a linha férrea - estações de Carcavelos, Parede, São Pedro, São João, Estoril (que noutro tempo se chamava Santo António), Monte Estoril e Cascais. Ou também pelo mar. Os dias soalheiros convidam a um passeio de barco e a Marina de Cascais, mesmo abaixo da Cidadela e recentemente renovada, cheia de restaurantes e lojas, torna-se um lugar apetecível.

A oferta é variada e inovadora. Como D. Carlos I, Rui Machado é apaixonado pelo mar, mas teve de se esforçar um pouco mais para ter o seu primeiro barco e fundar a Aquastart, a primeira empresa marítimo-turística da área da Grande Lisboa a apostar numa embarcação movida a energia solar, que permite desfrutar da natureza sem ruído, sem poluição e com o mesmo conforto. Desde que haja sol, o barco está sempre a carregar. Não anda muito depressa, mas quem é que quer fazer um passeio a correr?

Os barcos são feitos em Portugal, por uma empresa portuguesa com nome inglês, a premiada Sun Concept. E é provável, segundo o Conselho Municipal do Mar, que a câmara de Cascais venha a adquirir, com recurso a fundos comunitários, um barco semelhante, com maior lotação e mais autonomia, para servir diversas empresas do ramo.

A viver na Parede, Rui Machado conhece a zona como a palma da mão e há mais de 18 anos que leva turistas a ver a costa a partir do oceano. Cada praia, cada rocha, cada casarão (um deles vendido por 30 milhões) tem uma história. Que ele sabe contar. Do chalet da Rainha D. Maria Pia, no Estoril, transformado em condomínio de luxo, à recuperação do Forte Velho, também conhecido como Forte Salazar, passando pelo previsível derrube do Hotel Estoril Eden.

Os passeios de barco não são todos iguais e adaptam-se à vontade do freguês. Recentemente, começou a ser testado o modelo "Fado no Mar", com petiscos tradicionais a bordo (comida e bebida) e uma lotação máxima de dez pessoas. Das 16:00 às 19:00, custa 95€ por pessoa e além da música dá direito a um mergulho (opcional).

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Mas há outros encantos, nem sempre previsíveis. Como avistar André Domingos, campeão nacional e antigo vice-campeão do mundo de caça submarina. Ou golfinhos que, brincalhões, resolvem passear junto à praia ou entrar dentro da marina. Ou a embarcação "Mónica Sofia", do mestre Ramos, que pede ao arrais para mostrar a quem passa o produto da pesca do dia, ora lavagantes, ora polvos, ora robalos, ora tudo de uma vez. Cascais continua a ter um tipo de pesca tradicional.

Os que preferem mais agitação têm agora as motas de água. Só há pouco mais de um mês são permitidas e, para evitar acidentes, é preciso cumprir algumas regras. A zona do jet-ski é limitada por boias, bem em frente do InterContinental do Estoril, e os barcos que assistem têm um controlo remoto que permite desligar a mota à distância caso haja problemas.

Qual é a coisa qual é ela que tem uma Rua Amarela?

Cascais tem como ambição ser o melhor sítio para viver um dia, uma semana ou a vida inteira. Recebe cerca de 700 mil turistas por ano e a comunidade de expatriados - não foi apenas Juan Carlos I, rei emérito de Espanha, que passou grande parte da juventude no Estoril, também há nomes como Philipp Stark, arquiteto e designer francês - corresponde a 20% da população. Não admira que haja 18 escolas internacionais no município.

Talvez por isso alguns empresários tenham decidido investir no casco velho de Cascais, montando primeiro um, depois dois, depois três e muitos restaurantes na mesma rua. Então, em 2020 surgiu a ideia: porque não pintar a rua de amarelo? Hoje, a Rua Amarela, fechada ao trânsito e em pleno centro histórico, é já um quarteirão, animado por restaurantes com esplanada e comida de todo o mundo: indiana, marroquina, portuguesa, italiana, japonesa, chinesa, vietnamita ou tailandesa.

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Pedro Leitão é dono do Malacopa, que combina cozinha com cocktails, num estilo taco bar. E junta-lhes um pezinho de dança para, como diz o néon pendurado no restaurante, fazer "la puta fiesta". Viveu quase oito anos na Cidade do México, onde continua a ir todos os anos com um grupo de amigos, e quando regressou a Portugal começou a fazer jantares mexicanos em casa, depois veio uma food truck e mais tarde um pequeno restaurante em Lisboa. Em plena pandemia, surge a oportunidade de se instalar em Cascais, um sonho de toda a vida.

A carta é diversificada, com pratos de peixe, carne e vegan, produtos de fornecedores locais sempre que possível, sobretudo do mar: carapaus, atum, marisco, camarão, tudo da zona. As bebidas são escolhidas com o mesmo cuidado: tequilas, runs ou mezcais. Pedro Leitão não deixa nada ao acaso e há três anos esteve na Jose Cuervo (tequila) e este ano visitou a Montelobos (mezcal), das plantações à destilaria. Agora gostava de conhecer uma produtora de whisky.

O conceito Rua Amarela atrai todo o tipo de gente, muitos estrangeiros (alguns repetentes), mas também portugueses de todo o país e locais. Ah, e também Bruce, o cão de Pedro Leitão - que é fã de Bruce Springsteen (mas foi Brian Adams que viveu e estudou em Cascais) -, que anda sempre a rondar e conhece a vila de cor. Faz cara de sonso e recebe uns petiscos.

Recuperar o vinho secular de Carcavelos

Também o vinho faz parte da história de Cascais. O vinho de Carcavelos, de renome internacional e tradição secular, foi durante décadas a principal atividade económica de Carcavelos e está agora a ser recuperado. Os ventos da serra e a aragem do mar, dizem os especialistas, fazem da região um lugar perfeito para produzir o vinho licoroso, com aromas amendoados. Trata-se da região vinícola mais pequena do país e tem hoje uma produção muito limitada.

Para recuperar a tradição vinícola, o município de Cascais está a criar vinhas comunitárias, plantadas em terrenos da câmara, parques ou zonas verdes. Mas são os munícipes que tratam das videiras e da manutenção das vinhas. Por isso as vinhas comunitárias transformam-se em lugares de convívio e aprendizagem. Para todos. 

Além disso, depois de ter adquirido o Mosteiro de Santa Maria do Mar, em Sassoeiros, a produção anual do vinho generoso de Carcavelos poderá subir até 25 mil garrafas. Com cerca de 2,7 hectares, a vinha do mosteiro foi replantada em 2019 e enxertada em 2020, com recurso a castas que caíram em desuso. E a festa da vindima deste ano está à porta.

E, se passar por Sassoeiros para ver o mosteiro, ou até quem sabe para ajudar na vindima, tem ali bem perto o Borboletário, situado no Parque Urbano da Quinta de Rana, um espaço dedicado à criação de borboletas, onde é possível observar as diferentes fases do seu ciclo de vida: ovos, lagartas, crisálidas e borboletas, o melhor barómetro natural da qualidade ambiental.

Mas há outras quintas em Cascais onde é possível desfrutar da natureza, como a Quinta do Pisão, que oferece entre outras experiências passeios de burro ou a cavalo. Em Alcabideche, a presença humana no local remonta à pré-história, com vestígios na gruta de Porto Covo que se calcula pertencerem ao período Neolítico e Calcolítico, Idade do Bronze e Idade do Ferro (há 4500 a 5000 anos).

Mais eventos/locais a não perder:

CoolJazz Cascais (até 31 de julho) - O Ageas CoolJazz tem quatro concertos por noite e abre as portas às 19:00. As late nights arrancam no Parque Marechal Carmona. Jamie Cullum tem atuação marcada para dia 31.

Chefs on Fire (20 a 22 de setembro) - Criado por Gonçalo Castel-Branco, o Chefs on Fire na FIARTIL, no Estoril, vai já na sexta edição, com muitos pop-ups pelo caminho e edições no estrangeiro, a última em Madrid. Reúne os melhores chefs portugueses (e não só) ao som de muita e boa música.

Casa das Histórias Paula Rego - Gerida pela Fundação D. Luís, a Casa das Histórias Paula Rego celebra a primeira exposição individual da artista, uma das mais aclamadas a nível internacional, realizada em 1965, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa, com dezoito das dezanove obras então expostas. Mas não só.

Hipódromo Manuel Possolo - No coração de Cascais, são dez hectares de espaço verde equipados com zonas de repouso, trilhos para passeios e áreas de lazer. O relvado do hipódromo está preparado para a prática de jogos tradicionais.

Cabo da Roca - "Onde a terra acaba e o mar começa [...]", como dizia o poeta Luís de Camões. O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental da Europa e um dos lugares mágicos de Portugal e que personifica o espírito que levou os portugueses a lançarem-se à descoberta de novos mundos.

Hotel Inglaterra - No Estoril, o Hotel Inglaterra conjuga o estilo conservador da "belle époque" e o lado contemporâneo. A sua localização privilegiada permite ver o mar, a Serra de Sintra e os imensos jardins em volta. Perto do centro, basta uma caminhada amigável para chegar ao comércio local, restaurantes e bares, Casino do Estoril, estação de comboios ou praia (e piscina) do Tamariz.