“[…] Estamos a falar do caso EDP, em que hipoteticamente a empresa foi favorecida em €1200 milhões e os consumidores portugueses foram prejudicados. Não foram nada! Não há ninguém no mundo que consiga provar isso. Portanto, é um processo que não tem objeto e depois derivou em muitas direções”, referiu em entrevista ao semanário Expresso.

De acordo com o ex-ministro da Economia, o que interessa é o ‘bottom line’ (resultado final, em português) e não se houve ou não promiscuidade.

“Houve favorecimento ou não houve? Não houve. O favorecimento não é [dizer] “eu acho que sim, eram muito amiguinhos”, isso não interessa. As pessoas podem-se detestar e fazer muitos favores ou podem ser mais próximas e não haver favor nenhum. E o critério objetivo é a decisão da Comissão Europeia que é totalmente incontornável [aprovação dos termos de avaliação do regime CMEC — Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual]”, observou.

Questionado sobre se voltaria a trabalhar no BES se existisse, Manuel Pinho lembrou que se “desligou” do banco quando foi convidado para fazer parte do Governo de José Sócrates (2005-2009), vincando que perdeu muito dinheiro.

“Eu quis desligar-me do BES numa altura em que ainda havia BES. E isso foi por alguma razão. Se eu fiz bem em ter aceitado um lugar no Governo? É óbvio que não fiz bem. É evidente que me prejudiquei imenso em todos os aspetos. Não só perdi uma fortuna incalculável, como agora estou nesta situação. Uma pessoa tem de reconhecer quando erra”, sustentou.

O antigo ministro ficou detido após comparecer no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para interrogatório no âmbito do caso EDP.

Manuel Pinho vai ficar em prisão domiciliária até pagar uma caução de seis milhões de euros no âmbito do processo EDP, decidiu quarta-feira o juiz de instrução Carlos Alexandre.

A mulher do ex-governante, Alexandra Pinho, terá de depositar uma caução no valor de um milhão de euros, além da apreensão do passaporte e a obrigação de apresentações quinzenais numa esquadra da PSP, confirmou o advogado do casal, Ricardo Sá Fernandes, à saída do Campus da Justiça.

Na promoção das medidas de coação feita pelo Ministério Público (MP), os procuradores pediram prisão preventiva ou caução para Manuel Pinho e a apreensão do passaporte de Alexandra Pinho.

A caução aplicada ao antigo ministro é a mais alta de sempre na justiça portuguesa, superando os cinco milhões de euros exigidos no último verão ao empresário Joe Berardo no caso CGD.

O advogado do antigo ministro Manuel Pinho revelou que o ex-governante não vai pagar a caução de seis milhões de euros imposta pelo juiz de instrução no processo EDP e que fica em prisão domiciliária com vigilância eletrónica.

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