Na sequência do processo de insolvência da empresa Fábricas Barros III – Indústria de Lanifícios, o município liderado pelo socialista Fernando Lopes decidiu adquirir por 452.285 euros um conjunto de imóveis que inclui as edificações fabris (8.000 m2 de espaço coberto), numa área total de 23 mil m2.
“Com pequenas alterações, podemos avançar com um projeto para acolher um condomínio de empresas”, adiantou o autarca do PS, que está a terminar o terceiro e último mandato como presidente da Câmara.
Este município do norte do distrito de Leiria, um dos mais afetados pelos fogos florestais que assolaram a região, em junho, estava há quatro anos condicionado na realização de novos investimentos, por aplicação do Plano de Reequilíbrio Financeiro.
Após aqueles incêndios, que eclodiram nos concelhos vizinhos de Pedrógão Grande e Góis, no dia 17 de junho, e que causaram pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, o Governo decidiu levantar aquelas limitações legais ao endividamento da Câmara Municipal da Castanheira de Pera.
Fernando Lopes disse que o Plano de Reequilíbrio Financeiro do concelho e as obrigações que dele decorriam foram suspensos no dia 30 de junho, através de um despacho conjunto dos secretários de Estado do Orçamento e das Autarquias Locais, João Carvalho Leão e Carlos Miguel, respetivamente.
Relativamente ao exercício de 2016, o município esteve “em cumprimento com o limite da dívida total”, previsto no artigo 52 da Lei 73/2013, de 03 de setembro.
“O endividamento do município será alvo de análise anual, sendo que acaso se venha a verificar a violação do limite da dívida total (…), o plano ora suspenso voltará a vigorar”, segundo o despacho, a que a Lusa teve acesso.
A compra extrajudicial das Fábricas Barros III, na povoação de Vale Salgueiro, junto à vila da Castanheira de Pera, foi aprovada também em reunião extraordinária da Assembleia Municipal, na sexta-feira, com oito votos a favor do PS, cinco abstenções do PSD e dois votos contra do MAIS - Movimento Autárquico Independente Salvar Castanheira.
O executivo alegou “o manifesto interesse que poderá advir para o município da aquisição do acervo patrimonial em causa, nomeadamente, ao nível do fomento, revitalização e renovação do setor empresarial do concelho”.
“Tal aquisição constituirá, certamente, uma mais-valia para a capacidade de atração e fixação de empresas”, realçou o executivo na proposta levada à Assembleia, a cuja mesa preside o socialista José Manuel Simões.
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