Num vídeo com um pouco mais de dois minutos, em inglês, promovido pela plataforma ‘Tsunami Democràtic’, que lidera os protestos contra a sentença de hoje do Supremo Tribunal Espanhol, Guardiola assinala que a luta não violenta do independentismo catalão não irá parar até que termine a repressão e se respeite o direito à autodeterminação como aconteceu no Quebec e na Escócia.

“Exigimos que o Governo espanhol encontre uma solução política e democrática. O que pedimos é: ‘Espanha, senta-te e fala’. Pedimos à opinião pública internacional e à sociedade civil que pressionem os respetivos Governos para que intervenham neste conflito para que se encontrem soluções políticas e democráticas”, acentuou o treinador do Manchester City, para quem só há uma saída para o conflito na Catalunha que é o diálogo.

A sentença, segundo expressa Guardiola no citado vídeo, é “um ataque direto aos direitos humanos”, ao serem postos em causa direitos como os “de reunião e manifestação, de liberdade de expressão e a um juízo justo”, o que segundo ele, “é inaceitável na Europa do século XXI”.

Para o antigo treinador do FC Barcelona, a Espanha está a viver uma deriva autoritária, na qual se utiliza uma lei antiterrorista para perseguir dissidentes e artistas por exercerem a sua liberdade de expressão, e lamenta que nenhum Governo espanhol tenha tido “a coragem de enfrentar este conflito com diálogo e respeito, em vez de usar a repressão como única resposta”

Guardiola tem sido uma das figuras públicas que se têm solidarizado com a causa da independência da Catalunha e com os presos independentistas, assumindo protagonismo em algumas das mobilizações pela independência antes do referendo unilateral promovido pelo Governo catalão.

Em março de 2018, o treinador do Manchester City foi punido com uma multa de 20.000 libras (22.500 euros) por exibir um laço amarelo em apoio aos presos catalães durante jogos da I Liga inglesa de futebol, da Taça da Liga e da Taça de Inglaterra.

O Tribunal Supremo espanhol condenou hoje em Madrid os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão.

Assim que foi conhecida a sentença, uma série de grupos de independentistas iniciaram movimentos de protesto em todo o território da comunidade autónoma espanhola mais rica.

A polícia antidistúrbios carregou sobre um grupo que protestava no exterior do aeroporto de Barcelona, enquanto outros grupos separatistas incendiaram pneus para impedir a circulação de comboios e alguns bloquearam a circulação rodoviária em estradas da região.