Para Pedro Sánchez, que também é secretário-geral do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), esse encontro só se poderá realizar depois de o novo Governo tomar posse, o que ainda não se sabe quando irá acontecer.
O rei de Espanha, Felipe VI, convidou na semana passada Pedro Sánchez para tentar formar Governo, mas ainda sem os apoios suficientes, o socialista anunciou três rondas de conversações.
A primeira delas entre ele e os representantes máximos do PP (Partido Popular, direita) e do Cidadãos (direita liberal); uma outra com os presidentes das comunidades autonómicas; e finalmente, da líder parlamentar do PSOE, Adriana Lastra, com formações de natureza pró-independência, nacionalista e regionalista representadas no parlamento.
Na segunda-feira Sánchez reuniu-se com Pablo Casado (PP) e Inés Arrimadas (Cidadãos), e hoje começou a falar ao telefone com os dirigentes máximos das regiões espanholas.
O primeiro a receber a sua chamada telefónica foi o presidente da comunidade autónoma do País Basco, Ínigo Urkullu, que aceitou o compromisso de reforçar o quadro do diálogo territorial e avançar na transferência de competências já acordada.
Pedro Sánchez falou em seguida com Quim Torra e os dois concordaram em organizar uma reunião, que o socialista fez depender da existência de um novo executivo, ou seja, da sua investidura como chefe do Governo.
O candidato a primeiro-ministro pretende realizar o mesmo tipo de reuniões com cada um dos presidentes regionais.
Segundo fontes do governo da Catalunha citadas pela agência Efe, o líder independentista Quim Torra sublinhou, na conversa com Sánchez, o seu empenhamento no exercício do direito à autodeterminação da região e no fim da “repressão”, bem como na liberdade dos políticos catalães detidos.
Sánchez respondeu que a Espanha é “um Estado social e democrático de Direito ” e que defende “plenamente” a independência da Justiça, segundo fontes do Governo espanhol citadas pela Efe.
O PSOE já tem desde meados de novembro com o Unidas Podemos (extrema-esquerda), a quarta maior força política, um pré-acordo de Governo, que aguarda agora o resultado das negociações que estão a ter para que a ERC (Esquerda Republicana da Catalunha, independentista) se abstenha na votação de investidura e permita assim a formação do novo executivo.
As negociações entre o PSOE e a ERC arrastam-se há várias semanas, sendo muito pouco provável que o novo executivo tome posse antes do fim do ano, como os socialistas gostariam.
A ERC afirma que não tem pressas e faz depender a sua abstenção a uma série de exigências, entre elas a criação de uma “mesa de conversações” entre os Governos de Espanha e o da região autónoma, onde se possa falar também da questão da autodeterminação da Catalunha.
Na consulta eleitoral de 10 de novembro último, para o Congresso dos Deputados, o PSOE teve 28,0% dos votos (120 deputados), seguidos pelo PP com 20,8% (88), o Vox (extrema-direita) com 15,1% (52), o Unidas Podemos com 12,8% (35), e o Cidadãos com 6,8% (10), ERC com 3,6% (13), com os restantes votos divididos por outros partidos regionais.
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