Torrent anunciou a sua quarta proposta de candidato a presidente regional através do Twitter, depois de concluir uma ronda de contactos com os grupos parlamentares catalães.

O presidente do parlamento regional não fixou ainda uma data para o plenário de investidura (no qual o candidato deveria debater, presencialmente, o seu programa de governo, submetendo-se depois a votação). No entanto, Torrent não descarta que este se possa realizar na próxima semana.

Na sua mensagem no Twitter, Torrent indicou que propõe Jordi Sànchez porque este "é o que reúne mais apoios e mantém plenamente em vigor todos os direitos políticos".

A decisão sobre a data do plenário poderá estar a aguardar uma eventual autorização do Supremo Tribunal espanhol para que Jordi Sànchez saia para prisão para se deslocar ao parlamento regional catalão, em Barcelona. O Supremo não autorizou Sànchez na primeira vez que este foi designado como candidato.

No entanto, desta vez Sànchez poderá alegar perante o Supremo que o Comité dos Direitos Humanos das Nações Unidas admitiu para análise uma queixa sua. O Comité ainda não se pronunciou sobre a matéria, mas pediu a Espanha que garanta "os direitos políticos" de Sànchez.

Ainda antes de Torrent ter anunciado formalmente a candidatura de Sànchez, este já tinha escrito num tweet que "se está a aproximar a hora da negociação" com Madrid, e que esta negociação deverá ser "de igual para igual".

Sànchez, antigo líder da associação independentista Assamblea Nacional Catalana (ANC), foi o "plano B" dos partidos independentistas após a tentativa falhada de eleger Carles Puigdemont à distância, através de teleconferência, uma vez que este estava fugido à justiça em Bruxelas.

O agora candidato (pela segunda vez) conta com o apoio da formação de Puigdemont, o Junts per Catalunya, e da Esquerda Republicana Catalana (ERC). No entanto, os quatro deputados regionais da formação de extrema-esquerda CUP (Candidatura de Unidade Popular) mantêm a abstenção, o que impede que seja eleito em primeira votação, na qual se exige maioria absoluta.

Foi o que se passou na primeira vez que Sànchez foi candidato, num plenário urgente antes de este ser formalmente acusado dos crimes: a CUP absteve-se, o candidato não teve maioria absoluta e Sànchez permaneceu preso. Acabaria por retirar o seu nome.

Mas até numa segunda votação (desta vez já por maioria simples) haverá dificuldades: como Puigdemont descarta a possibilidade de renunciar ao seu assento de deputado, terá de delegar o seu voto (o mesmo acontecendo com o ex-conselheiro da ERC Antoni Comín, também em fuga na Bélgica) para que Sànchez consiga a maioria, mesmo com a abstenção da CUP.

O Ciudadanos, o PSC-Units (partido socialista da Catalunha), o Catalunya En Comú-Podem (a versão catalã do Podemos) e o PPC (partido popular da Catalunha) anunciaram que votarão contra Sànchez caso o plenário venha a realizar-se.

Desde que assumiu as funções de presidente do parlamento regiona, a 17 de janeiro, Torrent já propôs quatro candidatos à investidura, três das quais falharam: Carles Puigdemont, Jordi Turull e duas vezes Jordi Sànchez.

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