“É preciso agir já. É a segurança que está em causa e não podemos continuar com observatórios, estudos e programas-piloto, porque as nossas vidas não são um projeto-piloto, porque o nosso país não é um relatório. É preciso ação concreta já e investimento já no território”, disse Catarina Martins.

A líder bloquista falava na sessão de encerramento da Universidade de Verão da Esquerda Europeia que juntou mais de 200 participantes de 21 países, durante os últimos três dias em Aveiro.

No seu discurso, Catarina Martins referiu que apesar dos esforços do Bloco e das alterações à lei para limitar a área do eucalipto e para que se criassem as unidades de gestão florestal “pouco ou nada foi feito” a seguir aos fogos “profundamente trágicos”, em 2017, para evitar que “estas tragédias se possam repetir”.

“Trabalhámos sobre a ideia de que mais do que combater os incêndios, que é tão necessário, precisávamos de os prevenir antes de chegar ao verão e, por isso, era preciso outro território, sapadores florestais, carreiras para as pessoas que trabalham na floresta e contratar mais pessoas para esse trabalho. Mas a verdade é que, nestes cinco anos, pouco ou nada foi feito e essa é a grande tragédia do dia de hoje também”, afirmou.

Catarina Martins lembrou que, neste momento, Portugal está sob “um risco máximo de incêndios e está a ser implementado um plano de contingência”.

“Tivemos nos últimos dias incêndios muito fortes e há razões para crer que estes dias que se seguem vão ser muito perigosos”, observou, juntando-se ao apelo do primeiro-ministro a toda a população portuguesa para ter o máximo cuidado para prevenir incêndios nestes dias de risco máximo.

No entanto, a líder bloquista diz que não esquece a responsabilidade do Governo que “depois de observatórios, de estudos e de relatórios, depois mesmo de lei, não investiu um tostão nem para a criação das unidades de gestão florestal, nem para dar carreiras aos sapadores florestais, nem para reflorestar o que já tinha ardido e onde os eucaliptos cresceram sem que ninguém fizesse nada”.

“Este é o tempo da responsabilidade de cada um de nós, mas também é o tempo da responsabilidade coletiva. As alterações climáticas exigem a ação dos governos e nós aqui estamos para não esquecermos essa responsabilidade, nem essa exigência”, concluiu.