Numa publicação nas redes sociais, Catarina Martins deixa uma ligação para a petição lançada no sábado, e que tem entre os primeiros subscritores os socialistas Manuel Alegre, Alberto Martins e José Vera Jardim, o fundador do BE Fernando Rosas e a eurodeputada deste partido Marisa Matias, o militante do PCP e conselheiro de Estado Domingos Abrantes e a professora catedrática e ensaísta Isabel Alegro de Magalhães.
“Quando há mais regimes autoritários do que democracias no mundo. Quando há países europeus que usaram a pandemia para suspender democracias. Não se trata de abrir o parlamento para festejar. Trata-se de não o fechar no dia em que se assinala a democracia”, defende Catarina Martins, na mensagem colocada no Facebook e no Twitter.
Fonte do BE disse à Lusa que a coordenadora do BE já assinou a petição ‘online’.
A acompanhar a publicação está uma imagem de um cravo, flor símbolo da Revolução de 1974, com o apelo “Assina a petição” e o texto que serve de lançamento da mesma: “A democracia não está nem pode ser suspensa. Saudamos a homenagem que o povo e o parlamento prestam ao 25 de Abril”.
A petição que defende a celebração pela Assembleia da República, colocada ‘online’ no sábado, contava ao final da manhã de hoje, com 11.800 subscritores, enquanto a que pede o cancelamento da sessão solene no parlamento, lançada há vários dias, já recolheu mais de 71.600 apoios.
No sábado, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou que não iria à sessão solene do 25 de Abril no parlamento por a considerar “um péssimo exemplo para os portugueses” e o deputado único do Chega, André Ventura, escreveu ao presidente do parlamento, pedindo a Ferro Rodrigues que cancele a sessão solene, dizendo que esta “está a gerar um enorme sentimento de revolta e indignação no povo português”.
Mais tarde, em declarações ao jornal Público, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, assegurou que, “mais do que em qualquer outro momento, o 25 de Abril tem de ser e vai ser celebrado na AR”.
“Celebrar o 25 de Abril é dizer que não sairá desta crise qualquer alternativa antidemocrática”, afirmou a segunda figura do Estado.
Devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a Assembleia da República decidiu na quarta-feira realizar a sessão solene do 25 de Abril no parlamento com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete de Ferro Rodrigues a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP – que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país – e o Chega foram contra.
Na sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmou que irá participar na sessão comemorativa do 25 de Abril no parlamento, “com um número exíguo de deputados”, e do 10 de Junho, numa “cerimónia simbólica” junto ao Mosteiro dos Jerónimos.
“O Presidente da República participará nas cerimónias do 25 de Abril e do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, tal como já tem referido publicamente. No 25 de Abril, nos termos definidos pela Assembleia da República, aliás com um número exíguo de deputados e meramente simbólico de convidados”, salientou o chefe de Estado, numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet.
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