Catarina Martins, em declarações à LUSA, considerou que “não tem muito sentido” continuar no parlamento “não sendo já coordenadora”.

“Percebo também que temos uma série de dossiês em mãos, que o equilíbrio não é fácil e o que decidimos foi que eu ficarei até ao final desta sessão legislativa, o que quer dizer que, enquanto o Pedro Filipe Soares estará na comissão de inquérito à TAP, eu estarei na comissão eventual de revisão constitucional, mas no fim desta sessão legislativa vou sair”, anunciou.

Depois de quase 14 anos como deputada, Catarina Martins disse que, apesar de abandonar a bancada parlamentar do BE, vai permanecer na direção do partido.

Considerando que o Bloco de Esquerda ficará “com o grupo parlamentar muito forte”, a ainda líder bloquista deixou uma garantia: “eu estarei no Bloco de Esquerda, como sempre, integrarei a próxima direção com toda a convicção, se os meus camaradas me elegerem na próxima convenção, ainda que noutro papel e com outro ritmo”.

“Neste momento vejo-me a diminuir o ritmo e a descansar um pouco, sem prejuízo de todo o apoio, estarei a apoiar a campanha na Madeira, com muito gosto, comprometi-me com isso e assim farei, mas também julgo que toda a gente compreende que, nesta altura, eu não pretenda estar a pensar em novas candidaturas ou seja o que for, pretenda simplesmente descansar alguma coisa”, respondeu, quando questionada sobre a possibilidade de protagonizar, no futuro, uma nova candidatura pelo BE noutras eleições.

Depois “de mais de uma década de um ritmo muito intenso e de uma exposição que também foi intensa”, a bloquista considerou precisar de “ter um outro ritmo, de entrar numa época diferente de intervenção”.

Catarina Martins foi eleita deputada pela primeira vez nas legislativas de 2009, então como independente nas listas do BE, tendo sido reeleita nas eleições legislativas seguintes já como militante.