Catarina Martins, que se juntou em Torres Novas à “Marcha pelo Tejo” promovida pelas Distritais do Bloco de Esquerda de Castelo Branco, Portalegre e Santarém, confessou a sua “surpresa” pela “não notícia” que hoje fez manchete no semanário Expresso.
“Confesso a minha surpresa. Em alguns dias somos acusados de atacar a classe média, a classe média baixa. Hoje pelos vistos o problema é ao contrário”, disse, classificando de “não notícia” a manchete do Expresso que afirma que os “rendimentos altos vão pagar menos IRS”.
“Há uma lei para acabar com a sobretaxa de IRS, que foi uma medida injusta sobre salários e sobre pensões e como sabem o acordo que foi feito com o PS, e para o BE isso foi importante, é que as primeiras pessoas a ficarem sem sobretaxa fossem as dos rendimentos mais baixos e portanto em 2016 a sobretaxa acabou para quem tem salários e pensões mais baixas”, disse.
Catarina Martins afirmou que acabar com a sobretaxa resulta do “compromisso assumido antes das eleições por todos os partidos, da esquerda à direita”, lembrando que a medida “fez parte do gigantesco aumento de impostos de Vítor Gaspar sobre os salários”.
“Agora acabará para toda a gente. É normal que quem ganha menos tenha tido primeiro o fim da sobretaxa. O Bloco de Esquerda lutou para que assim fosse e ainda bem que em 2016 quem tem menos rendimentos já não teve a sobretaxa, que em 2017 acabará como um todo”, frisou.
Quanto à progressividade do IRS, que poderia compensar o impacto da medida, a líder bloquista reafirmou a posição de que “deve ser mais progressivo para proteger mais quem tem baixos salários e porque quem ganha mais deve pagar mais”.
Contudo, frisou, para o BE, “é muito importante que as formas de riqueza que não são salários nem pensões”, como as mais-valias ou as fortunas imobiliárias, sejam igualmente tributadas.
“Temos um país em que praticamente toda a receita fiscal vem do trabalho e todas as outras formas de riqueza são muito pouco tributadas. Portanto, para haver mais justiça fiscal não é só da progressividade do IRS que precisamos, é também tributar as fortunas que não são rendimentos do trabalho”, declarou.
Catarina Martins adiantou que as alterações nos escalões do IRS fazem parte do acordo com o Partido Socialista e que a progressividade no IRS “será negociada no âmbito das negociações do Orçamento do Estado”.
Para o BE, disse, é importante que o OE para 2017 dê “muita atenção aos pensionistas, que foram quem perdeu muito rendimento nos últimos anos”.
“Neste Orçamento, para o Bloco de Esquerda a prioridade é seguramente que as pensões sejam valorizadas acima da inflação para responder a quem tem perdido todos os anos”, declarou.
Catarina Martins participou num protesto contra a poluição na ribeira da Boa Água, cujo cheiro nauseabundo tem originado protestos da população, que exige uma solução definitiva para um problema que se arrasta há anos.
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