“As crescentes tensões entre a Índia e o Paquistão serão motivo de grande preocupação para muitos em todo o Reino Unido. Estamos a colaborar urgentemente com ambos os países, bem como com outros parceiros internacionais, incentivando o diálogo, o apaziguamento e a proteção dos civis”, afirmou Starmer no parlamento britânico.

Num comunicado emitido pouco antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, apelou à Índia e ao Paquistão para que “deem sinais de moderação e iniciem um diálogo direto para encontrar uma solução rápida e diplomática”.

“Deixei claro aos meus homólogos na Índia e no Paquistão que, se a situação se agravar, ninguém ganha”, salientou o ministro, instando as partes para que “trabalhem urgentemente para restabelecer a estabilidade regional e garantir a proteção dos civis”.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Hamish Falconer, deverá fazer uma declaração no parlamento hoje à tarde sobre a situação.

Na sua página oficial na Internet, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico “desaconselha todas as viagens, exceto as essenciais”, num raio de oito quilómetros da fronteira entre o Paquistão e a Índia.

Os exércitos indiano e paquistanês têm trocado tiros de artilharia ao longo da fronteira disputada em Caxemira após ataques indianos em solo paquistanês em retaliação por um atentado no mês passado.

A tensão entre os dois países vizinhos reacendeu-se a 22 de abril, quando homens armados atacaram a região turística de Pahalgam, na Caxemira indiana, matando 26 civis.

O ataque foi atribuído ao movimento jihadista Lashkar-e-Taiba, com sede no Paquistão, e as relações deterioram-se ainda mais entre estes países vizinhos, rivais desde que se tornaram independentes do Reino Unido, em 1947.

Islamabad rejeitou qualquer ligação ao ataque.

Os dois governos ordenaram a saída dos seus territórios de cidadãos do Estado vizinho e, ao longo dos dias, foram-se registando incidentes nas fronteiras, com tiros disparados na chamada Linha de Controlo em Caxemira.

Na terça-feira à noite, Nova Deli lançou ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab.

Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, hoje de manhã, uma sequência de bombardeamentos levados a cabo por Islamabad e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.