Segundo informação avançada à agência Lusa pelo BE, Catarina Martins é uma das convidadas da segunda edição deste evento - intitulado "Les AMFiS" - uma organização do partido de esquerda francês, que começou na quinta-feira e termina no domingo, no Parc Chanot, em Marselha, França.
Em abril, o BE, o Podemos e a França Insubmissa, três partidos do Sul da Europa, lançaram, em Lisboa, o movimento político europeu "Agora, o povo", uma "alternativa concreta, com as pessoas no centro" para "uma nova cooperação europeia" contra os tratados atuais.
A mesma fonte adiantou à agência Lusa os eixos da intervenção da líder bloquista na Universidade de Verão do partido francês liderado por Jean-Luc Mélenchon, candidato presidencial em 2017.
"Perante o ciclo de desagregação da União Europeia e a pretexto da crise financeira e dos programas de ajustamento, os governos europeus desmantelaram os direitos sociais dos povos e os sistemas de bem-estar social que precisaram de décadas de lutas até serem garantidos", referiu.
Catarina Martins irá a Marselha defender que "a aplicação dogmática das políticas de austeridade só agravou os problemas estruturais causados pela crise financeira" e gerou "uma crise democrática" patente na ausência de resposta à crise social, o que contribuiu para o crescimento da extrema-direita.
"Impõe-se a necessidade de construção de um novo projeto social de organização europeia, fundado na democracia, justiça e respeito pela soberania popular. Um projeto que resgate o Estado Social e a solidariedade entre os povos", acrescentou a fonte.
Para os bloquistas, "este é o momento de apelo aos povos da Europa para que se unam na tarefa de construir um movimento político internacional, popular e democrático em defesa dos direitos comuns e da soberania dos povos".
Quando o "Agora, o povo" foi lançado, Catarina Martins destacou que os três partidos de esquerda fundadores daquele movimento acreditavam ser "possível uma nova cooperação europeia, diferente dos moldes em que tem existido e que possa pôr no centro a vida das pessoas".
Por seu lado, Jean-Luc Mélenchon escolheu dizer as primeiras palavras em castelhano para que se notasse que não se falava em inglês "pela primeira vez numa reunião internacional".
Para o líder do partido francês, foi um "dia de alegria" a assinatura daquele manifesto, que resumia "as ideias essenciais" do que move estes três partidos, que é criar uma alternativa na Europa, cujo projeto "tem convulsões inquietantes".
"No próximo ano teremos eleições europeias e vamos trabalhar desde aí - e não só - para construir uma nova Europa que dê dignidade e soberania e aos seus povos. É importante assinalar o fracasso das políticas europeias fundamentadas naquilo que alguns chamaram austeridade", afirmou então, por seu turno, o líder do Podemos, Pablo Iglesias.
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