A coordenadora do BE, Catarina Martins, esteve hoje de manhã em Odemira, distrito de Beja, na sessão de apresentação da candidatura autárquica do BE naquele concelho, sendo a lista à câmara encabeçada por Pedro Gonçalves, deputado municipal do partido.
“O desafio que fazemos – um desafio nacional e um desafio local porque a hipocrisia de se dizer uma coisa do ponto de vista local, enquanto se defende programas políticos que fazem o contrário, também tem de acabar — é que em setembro se encontre o compromisso claro para com Odemira: nem mais um metro de estufa e a água do perímetro de regra do Mira tem gestão pública”, apelou.
Catarina Martins deixou a garantia que, em setembro, “mal os trabalhos parlamentares retomem”, “o Bloco de Esquerda vai apresentar uma proposta muito simples, como apenas dois pontos, para ver se há avanço”, considerando que estas “são duas medidas mínimas, básicas e sensatez”.
“O primeiro ponto é nem mais um metro de estufa. Nem mais um metro de estufa. Não podemos continuar. O segundo ponto é que a água do perímetro de rega do Mira tenha gestão pública”, detalhou.
Na perspetiva da líder bloquista, “não são os donos das estufas que mandam na água que é de todos”, sendo urgente que esta gestão seja pública.
“O PS tem-nos dito que já limitou as estufas porque quando fez o decreto prevê menos estufas do que previa o programa do Governo da direita anterior, mas, na verdade, não limita as estufas de maneira nenhuma. Diz que pode ser feito menos do que em teoria se dizia que podia ser feito antes, mas o que está previsto permite legalmente triplicar a área de estufa que já há nesta região”, criticou.
Para que Odemira não seja “um mar de plástico”, segundo Catarina Martins, esta proposta que o partido vai apresentar é fundamental.
A coordenadora do BE recordou ainda propostas já apresentadas pelo partido e que foram chumbadas no parlamento, a primeira das quais para “uma transição ecológica no perímetro de regra do Mira” e uma segunda, mais recente, precisamente para criar um “programa para que o perímetro de rega do Mira e água da barragem tivesse uma gestão pública e não fosse gerida pela associação que basicamente representa os interesses das estufas contra a população de Odemira”.
“Aquilo que propuseram foi irem estudar o problema da água. O PS e a direita aparentemente não sabem que há um problema da água em Odemira. Querem ir estudar”, criticou, acusando estes partidos de um “cinismo insuportável”.
Segundo Catarina Martins, o que já se sabe é que os pequenos produtores na região “não têm água para as suas necessidades mais básicas”, estando o Rio Mira a deteriorar-se “com as opções que são feitas a cada dia pelos donos das estufas”.
“Não há nada mais absurdo do que fechar a água a quem nunca foi um problema para continuar a correr a água em quem está a agravar o problema da falta de água e continuar a alimentar as estufas super intensivas”, condenou.
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