"O Bloco quer ver discutido quais são os investimentos públicos que são essenciais à economia. É isso que o país deve discutir. O investimento na ferrovia é essencial ao desenvolvimento do território", disse Catarina Martins aos jornalistas durante uma visita à EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), no Entroncamento, distrito de Setúbal.
A líder do BE elencou "várias razões" para esta prioridade, sendo a primeira o facto de permitir "o desenvolvimento económico de todo o território e, portanto, também do interior, que é uma urgência que o país tem".
A menor dependência de combustíveis fósseis, que geram uma balança comercial mais equilibrada, e o facto de, do ponto de vista ambiental, ser "o grande investimento do futuro" são os outros motivos pelos quais Catarina Martins defende esta aposta.
Questionada sobre a questão do TGV, a líder bloquista começou por explicar que aquilo que é "prioritário é a linha férrea que faz a coesão do país e esse não é o investimento mais urgente".
"O transporte de velocidade é seguramente um tema na Europa e devemos debatê-lo, mas como compreendem num país em que o interior ficou isolado, em que mesmo a ligação no litoral não é feita, que temos tanta população que não é servida e problemas económicos tão graves porque deixamos degradar a linha férrea, a prioridade tem que ser o desenvolvimento ferroviário que permita coesão territorial e o desenvolvimento económico em todo o país", justificou.
Catarina Martins rejeitou assim "um país em que os investimentos públicos são feitos só para o litoral ou que vejam o interior como o corredor entre o litoral e Espanha".
"É mais ou menos o mapa de que nós ouvimos falar quando se só se ouve falar dos investimentos nos portos e nas linhas férreas que vão dos portos para Espanha sem que haja nada no meio", concretizou.
Para esta aposta na ferrovia, a líder do BE sustentou ainda que é necessária "capacidade produtiva instalada em Portugal", como é o caso da EMEF, empresa sobre a qual chama a atenção para a sua importância.
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