"Esta proposta demonstra, mais uma vez, as duas fobias do PS: tributar tudo o que mexe e, muito especialmente, o património. Há um ano houve um aumento de IMI para quem tinha vistas ou apanhava sol em casa. Agora, a fobia é para aumentar o IMI de terrenos acima de 50 hectares, numa espécie de reforma agrária por via fiscal", afirmou à Lusa o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.
O deputado centrista falava da medida hoje noticiada pelo Jornal de Negócios e que considerou ser dirigida aos "grandes proprietários a sul do país".
"Não é à toa que esta proposta vem do PCP. Que o PCP a faça é normal, que o PS a aceite é que já não me parece ser tão normal", afirmou, argumentando que a medida vai castigar a agricultura, que "deu a volta e tornou-se uma das atividades mais competitivas no quadro nacional".
"Houve muita gente a investir no setor agrícola, que agora é penalizado por este sucesso", acusou, apontando que, entre 2011 e 2015, a produtividade do setor agrícola subiu 12% e o crescimento dos produtos agrícolas 2,4%, sempre "muito acima da média nacional".
Os centristas vão dirigir uma pergunta ao Governo exigindo que explique como a medida vai ser tomada, quem foi ouvido, nomeadamente que diálogo foi estabelecido com o setor agrícola e um conjunto de outros setores que poderão ser afetados.
Segundo o Jornal de Negócios, o Governo quer levar até ao final do mês de abril uma proposta ao parlamento, com novos critérios de avaliação, designadamente uma simplificação e o abandono da regra de avaliação dos prédios rústicos pelo seu rendimento líquido, o retorno teórico que as culturas podem dar.
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