“É preciso que as pessoas despertem, que as pessoas acordem. Nenhum voto do centro direita pode ser desperdiçado”, afirmou Assunção Cristas, a meio de uma ação de campanha no mercado de Alvalade, em Lisboa, onde explicou quais são, no seu entender, os problemas de um país “muito inclinado à esquerda”.
Para a líder centrista, “um país à esquerda, muito inclinado à esquerda não dá esperanças às pessoas” e significa um “Estado cada vez mais presente e cada vez mais a asfixiar” os portugueses com “impostos, burocracias e exigências”.
E contrariou a ideia de que um voto no PS, entre o eleitorado do centro e da direita, pode ser "um mal menor".
Assunção Cristas admitiu que "alguns" desses eleitores "hesitam porque pensam que PS pode ser um mal menor" e advertiu que "não há vencedores antes das eleições" e "está nas mãos dos eleitores de centro-direita alterarem" o que parece um cenário de que "a esquerda vai vencer".
"Não há vencedores antes das eleições", afirmou.
Questionada sobre os alertas de dois ex-dirigentes do CDS, entre eles Nobre Guedes e António Pires de Lima, que defendeu, no Expresso de hoje, que o partido deveria fazer pontos com o PS, Assunção Cristas respondeu em poucos segundos e com uma frase curta: "esta estratégia foi definida em congresso e aprovada no congresso em 2018."
Falando para o interior do partido, acrescentou que o "CDS está unido, tranquilo, animado e mobilizado para estas eleições".
Indiretamente, respondeu a Pires de Lima, afirmando que "seria muito estranho para uma democracia que não houvesse alternativa e contraste entre os partidos".
Horas depois do debate de sexta-feira com António Costa, líder do PS e primeiro-ministro, na TVI, Cristas insistiu que foram evidentes as diferenças entre os dois projetos.
Hoje de manhã, Assunção Cristas e outros dirigentes do CDS não se cruzaram, no mercado de Alvalade, com uma caravana do PS, com Duarte Cordeiro e João Soares, por exemplo.
Mas nas bancas da fruta, do peixe ou das hortaliças foram ficando panfletos com a cara de Costa e a "mãozinha" do símbolo do PS, em tons de vermelho, ao lado dos quais foram sendo colocados outros, do CDS, em tons de azul.
"É bom", afirmou, porque, dessa forma, "as pessoas podem conferir os dois papéis", conferir "quais são as prioridades do PS, que contrastam" com as do CDS, desfiando, depois, algumas das propostas centristas, como a baixa de impostos, a ideia de dar uma "nova dinâmica à economia"
"Ficou muito claro que há duas visões contrastantes", afirmou a presidente do CDS que, neste apelo ao eleitorado do centro e da direita, nunca falou do PSD, liderado por Rui Rio.
A poucas horas do frente a frente, na televisão, com o deputado do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, Cristas cruzou-se com uma senhora que levava ao colo um cão.
A líder do CDS, que também tem um cão, afirmou que o seu partido tem ideias, "mas não podem ser só para os animais, têm que ser para o país, para as pessoas, para as pessoas que têm animais".
As legislativas para eleger os 230 deputados à Assembleia da República estão marcadas para 06 de outubro. Concorrem a esta eleição, a 16.ª em democracia, um número recorde de forças políticas - 20 partidos e uma coligação.
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