“Com congresso ou sem congresso, estarei na campanha para as eleições legislativas, na rua, a lutar pelo CDS-PP e nas urnas a votar no CDS-PP”, disse Nuno Melo, num comício em Oiã, no concelho de Oliveira do Bairro, liderado pelos democratas-cristãos, distrito de Aveiro.

Com cerca de 300 pessoas na plateia, vindas de vários pontos do país, o eurodeputado garantiu que quando se realizar o congresso do CDS-PP lá estará para “tirar o partido do chão e voltar a torná-lo relevante na democracia portuguesa”.

O centrista apelou aos militantes para não desistirem do partido, advertindo: “Se desistirem estão a desistir do CDS-PP e para o CDS poder mudar temos de ficar”.

Discursando com a imagem da bandeira nacional como tela de fundo, Nuno Melo acusou a atual direção de ter um problema de mensagem e de se entreter com “jogos de secretaria”, pelo que o país “não sabe o que o CDS-PP quer” relativamente aos problemas que afetam os portugueses.

“O país sabe que esta direção não quis um congresso, mas infelizmente não sabe o que quer para a educação, para a saúde, para economia, da segurança. Então vão votar no CDS para quê”, questionou.

Bastante aplaudido, Nuno Melo disse que não vai desistir de um congresso e lamentou que ainda não tenha resposta à impugnação da decisão da Comissão Política Nacional de desmarcar a reunião magna inicialmente agendada para o próximo fim de semana.

“Apresentei uma impugnação urgente há várias semanas, porque estava em causa a realização de um congresso, e, até hoje, só obtive silêncio, nem uma única comunicação do presidente do Conselho Nacional de Jurisdição (CNJ), que votou vencido na decisão prévia”, frisou.

Dirigindo-se ao presidente do CNJ, Alberto Coelho, o advogado e militante centrista salientou que tem “direito a uma decisão em tempo útil, seja favorável ou desfavorável, o contrário chama-se denegação de justiça e isso num partido democrático como o CDS é impensável”.

Para Nuno Melo, o partido sofre de um problema de legitimidade, “que é muito sério, em que o CDS-PP será o único partido democrático que vai a eleições legislativas com um líder fora de mandato, sem uma moção de estratégia aprovada e sem congresso”.

“Até do ponto de vista programático, o congresso tem de acontecer. Temos uma moção que não fala de eleições legislativas”, enfatizou o eurodeputado centrista, que no seu discurso elogiou o trabalho do grupo parlamentar e a deputada Cecília Meireles, que abandonou o Parlamento, que foi brindada de pé com uma salva de palmas.

Nuno Melo prometeu ainda, se ganhar o próximo congresso, “bater à porta dos militantes que saíram e fazem falta” para que regressem ao CDS-PP, concluindo: “pois só somando é que crescemos”.