“O CDS, certamente, votará favoravelmente esse pedido, na certeza de que não há uma obrigatoriedade de comparência do anterior ministro, porque não está em funções”, afirmou hoje aos jornalistas Assunção Cristas, durante uma visita à 35.ª feira Ovibeja, que decorre em Beja.
A presidente do CDS-PP lembrou que “há um processo judicial em curso”, relativamente às alegadas suspeitas que têm sido imputadas, em diversas notícias, a Manuel Pinho, pelo que o seu partido concorda com a audição do ex-governante do governo de José Sócrates na Assembleia da República.
“Nós com certeza que viabilizaremos e votaremos a favor dessa mesma proposta”, sublinhou.
O presidente do PSD, Rui Rio, revelou, no domingo, na Guarda, que o partido vai chamar Manuel Pinho ao parlamento para esclarecer as alegadas suspeitas de que é alvo.
"O PSD vai tomar a iniciativa de chamar o ex-ministro Manuel Pinho ao parlamento no sentido de ele poder dar, do ponto de vista político, as explicações que ache que deve dar ao país", declarou o líder social-democrata.
Segundo Rui Rio, nesta matéria, há “um outro paralelo”, o “jurídico”, mas isso não inviabiliza que, “do ponto de vista político”, haja “explicações a dar” pelo ex-ministro.
“Porque a democracia portuguesa não pode continuar com estes sucessivos casos de suspeitas corrupção e de compadrio", afirmou o líder nacional do PSD.
O PS também se manifestou hoje favorável à audição “o mais depressa possível”, no parlamento, do ex-ministro da Economia sobre o “caso insólito” de alegados pagamentos, pelo BES, quando estava no Governo, informou o líder parlamentar socialista.
Numa declaração enviada à agência Lusa, Carlos César afirmou que os socialistas estão “evidentemente interessados em conhecer o que o antigo ministro Pinho tem a dizer sobre todo este caso insólito”.
Entretanto, o ex-ministro da economia Manuel Pinho, arguido num processo no caso EDP, informou hoje que está disposto a prestar “todos os esclarecimentos” aos deputados, mas só depois de ser interrogado pelo Ministério Público (MP), segundo um comunicado do seu advogado.
“É sabido que as dúvidas que justificam essa diligência nasceram a partir da divulgação pela comunicação social de documentação que constará do processo em que foi constituído arguido (e onde há mais de dez meses aguarda por ser ouvido) e com a qual ainda não foi confrontado pela autoridade judiciária competente”, adianta um comunicado enviado à agência Lusa.
Desta forma, Manuel Pinho entende “que essa audiência apenas pode ter lugar depois de ser interrogado pelo Ministério Público”, acrescentou o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes.
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