"Achamos este assunto gravíssimo, não é o primeiro que acontece", sublinhou o deputado João Rebelo, em declarações aos jornalistas no parlamento, recordando que houve um furto de armas ligeiras à PSP no início do ano.

O CDS-PP pretende questionar o ministro sobre que tipo de vigilância estava a ser efetuada quando ocorreu o roubo e se "a falta de efetivos e de meios está a afetar a segurança nas instalações militares".

O deputado democrata-cristão salientou que, segundo números recentes, "mais de 20 milhões de armas ligeiras no espaço europeu estão em mãos ilícitas".

"Vamos aguardar o inquérito da Polícia Judiciária Militar e do Ministério Público, as explicações do Governo e do Exército para saber se todas as outras instalações estão a ser devidamente vigiadas", afirmou João Rebelo.

O PSD já hoje tinha anunciado que pretende ouvir ministro da Defesa e o Chefe do Estado-Maior do Exército sobre esta matéria, em audições à porta fechada.

Na quinta-feira, o ministro da Defesa reconheceu, em Bruxelas, que o roubo de granadas de mão ofensivas e munições das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos "é grave" e garantiu que não ficará "nada por levantar" nas averiguações.

"Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar", para mais quando "não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas", disse Azeredo Lopes.

O ministro, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião ministerial da NATO, em Bruxelas, disse que, "evidentemente", Portugal vai informar os seus parceiros do ocorrido e garantiu que, a par das investigações já em curso - "a questão ficou Imediatamente sob alçada da Polícia Judiciária militar e da Polícia Judiciária, e a partir de agora das diferentes instâncias de investigação criminal", apontou -, a questão da segurança do material militar será assunto de debate com as chefias militares.

Azeredo Lopes admitiu não ter ainda "uma noção exata do material que realmente foi furtado", sendo já "certo que foram furtadas granadas e algumas munições", mas acrescentou que não pode "dizer em boa verdade se há mais que tenha sido furtado".

Em comunicado, o Exército anunciou na quinta-feira que foi detetada quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros.

Fonte do ramo contactada pela Lusa adiantou que até ao momento foi detetada a falta de "cerca de uma centena" de granadas de mão ofensivas.

"Os incidentes foram detetados por uma ronda móvel, elemento do sistema de segurança dos Paióis", refere o comunicado.