“Ouvimos a ministra da Saúde dizer que é preciso reter profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas não compreendemos como se retém profissionais se não se abrem vagas” com o que aconteceu com a MAC, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas.
Quatro dias depois das notícias sobre a falta de um anestesista na MAC, Assunção Cristas reuniu-se com a presidente da administração do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, que integra a Alfredo da Costa, Ana Escoval, e outros responsáveis, deixando elogios aos profissionais da saúde pelo “trabalho notável” que fazem.
“Não conseguimos compreender, e apontamos o dedo ao Governo, porque fala dos problemas, mas não encontra as soluções”, afirmou a líder dos centristas, para quem existem “problemas estruturais” no SNS que não são resolvidos, por exemplo, com a contratação de médicos.
Soluções como contratar, por um dia, um anestesista como faz a MAC, “não são desejáveis” e devem evitar-se, acrescentou, depois de lembrar que a direção clínica pediu a contratação de mais quatro profissionais desta área.
Assunção Cristas realçou que “houve um concurso para colocar médicos em todo o país e não apareceram vagas para a MAC, para a anestesia”.
“E esse é o problema mais importante”, sublinhou.
Nos dias 24 e 25 de dezembro a urgência da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) esteve a funcionar apenas para os casos urgentes, sendo os restantes encaminhados para outros hospitais, quando estava apenas um anestesista ao serviço.
Aos jornalistas, Ana Escoval voltou a garantir que a falta de anestesistas, que afetou a MAC no Natal, não se vai repetir no Ano Novo, e recusou pronunciar-se sobre os valores de mais de 500 euros/hora na contratação eventual de um anestesista, revelando alguns sinais de irritação.
Ana Escoval recusou igualmente falar num clima de "guerra" com a tutela "ou com quem quer que seja" por causa da colocação de médicos anestesistas na Alfredo da Costa.
"O centro hospitalar está todos os dias em guerra com os vírus, com as doenças para as debelar e tudo isso. Não está em guerra com mais coisa absolutamente nenhuma", disse
À margem do tema da visita, Assunção Cristas pronunciou-se sobre o decreto-lei vetado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o tempo de serviço dos professores.
A presidente do CDS-PP voltou a reclamar do Governo as contas sobre o impacto financeiro, a médio e longo prazo, da contagem do tempo integral de congelamento na recomposição das carreiras.
Assunção Cristas disse ainda que "as questões não devem ser vistas separadamente de outras", como "as carreiras, as aposentações, a avaliação que está parada" e ter "bom senso" nas negociações.
[Notícia atualizada às 15h32]
Comentários