A CDU salienta, em comunicado, que apesar de conversas iniciais sobre a divisão de responsabilidades indiciarem uma abertura para distribuir pelouros à coligação, “não foi até hoje apresentada qualquer proposta pelo PS”.
A coligação, que foi a segunda força mais votada no concelho, explica que reuniu no dia 30 de outubro com o presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa (PS), que assegurou que “tudo estava em aberto” e que se “comprometeu” a apresentar uma proposta.
“Tomámos conhecimento que a 26 de outubro foram designados os representantes do município em várias entidades externas e Conselho de Administração dos TCB, abrangendo todos os vereadores do PS e PSD, que foi aprovado um tempo inteiro para o eleito do PSD e que a 30 de outubro o presidente distribuiu todos os pelouros a todos os eleitos do PS e PSD”, refere o documento.
A CDU considera que “os factos são graves e representativos da profunda falta de respeito e de seriedade com que os eleitos do PS” geriram o processo.
“No dia em que o presidente da Câmara afirmava à CDU que tudo estava em aberto, assinava um despacho com a distribuição de todos os pelouros pelos eleitos do PS e PSD”, acrescenta.
A coligação salienta que o comportamento do PS no Barreiro "é inseparável” do que aconteceu em Almada, Alcochete ou Montijo, considerando que “excluiu em absoluto a CDU da participação nas respetivas Câmaras Municipais”.
O PS, em comunicado enviado à Lusa, explica que poucos dias depois de vencer as eleições, endossou a todas as forças políticas com representação no Barreiro um pedido escrito de reunião para abordar as condições de governabilidade das autarquias locais.
“Com exceção do PCP, todas as forças políticas anuíram a este pedido. O PCP recusou, expressamente e por escrito, aceitar o estabelecimento de conversas entre partidos, exigindo que todos os diálogos fossem mantidos entre eleitos e atrasando deste modo todo o processo”, explica o PS, referindo que foram “forçados” a esperar pela tomada de posse a 22 de outubro.
O PS explica que o presidente da autarquia reuniu com os eleitos da CDU por três vezes e que ficou acertado que o diálogo continuaria depois da primeira reunião de Câmara.
“Em Lisboa, Almada e Alcochete, o PCP recusou os pelouros que lhe foram atribuídos. No Barreiro, não queremos acreditar que o PCP pareça mais centrado em encontrar desculpas do que em assumir pelouros e, deste modo, trabalhar pelo nosso concelho”, acrescenta.
O PS garante que continua disponível e que espera que a CDU reconsidere a sua posição.
“Caso o PCP não pretenda assumir responsabilidades de governação terá de o assumir, claramente, perante o eleitorado do Barreiro. E vamos mais longe: caso a primeira eleita Sofia Martins, ou alguma fação mais radicalizada do PCP, não o deseje fazer, o que é legítimo, mas criticável, não desistiremos de contar com o contributo dos restantes três vereadores eleitos da CDU”, concluiu.
Na Câmara do Barreiro, que é liderada pelo socialista Frederico Rosa, foram distribuídos pelouros pelos quatro eleitos do PS e pelo único vereador do PSD, Bruno Vitorino, enquanto os quatro vereadores da CDU estão sem pelouro.
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