Segundo o vereador dos Direitos Sociais, Ricardo Robles (BE), a "Câmara tem já uma estratégia de acolhimento de refugiados que tem levado a cabo, mas quer aumentar a sua capacidade de resposta".
"Por isso, vamos duplicar a capacidade de acolhimento no CATR - Centro de acolhimento temporário de refugiados, no Lumiar, para 48 vagas", afirmou o vereador, em declarações à Lusa.
Este centro conta atualmente com 24 vagas e é uma resposta "de dois, três meses" aos refugiados que chegam a Lisboa, sendo depois são encaminhados para uma habitação municipal.
"Tem estado em permanência a ocupação do CATR", afirmou Ricardo Robles.
De acordo com o autarca, a intervenção representará um investimento municipal de "cerca de um milhão de euros" e deverá ter início "durante o ano de 2019".
Em causa está a "reabilitação de um edifício contíguo ao CATR", explicou.
O centro foi inaugurado em fevereiro de 2016 e conta com 24 camas (em quartos com características familiares e camaratas), cozinha, biblioteca, espaços de convívio, salas para formação, jardim, espaço para oração e gabinete médico.
"Este alargamento é uma resposta à crise de refugiados com a qual a Europa vive", elencou Ricardo Robles, acrescentando que "a Câmara quer fazer a sua parte, que é dotar-se de meios para poder responder".
Na opinião do vereador, cabe depois ao Governo e à própria União Europeia criar "mecanismos para facilitar a chegada dos refugiados a Portugal".
"Estamos absolutamente solidários com esta crise e a querer dar respostas", vincou o bloquista, advogando que o objetivo do município é "acolher pessoas e não afastá-las ou penalizá-las pelo facto de serem refugiadas".
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Pessoa Refugiada e o vereador dos Direitos Sociais (que integra a maioria devido a um acordo de governação da cidade firmado com o PS) celebrou a ocasião com um almoço confecionado por refugiados.
O autarca aproveitou também para visionar no CATR o jogo de futebol do Mundial de 2018 que opôs a seleção nacional e a seleção de Marrocos, e que acabou com a vitória de Portugal.
Em declarações à Lusa, Robles lembrou também que a Câmara de Lisboa está a "reforçar a fase seguinte deste programa de acolhimento, que é a fase de autonomia em que as pessoas saem do centro de acolhimento temporário e passam para casas autónomas".
Para tal, o executivo aprovou por unanimidade uma proposta "para afetar 25 fogos municipais" ao Programa Municipal de Acolhimento de Refugiados na Cidade de Lisboa.
Na altura, o PSD propôs ainda que este número fosse alargado.
Sobre essa possibilidade, Ricardo Robles salientou que "há um consenso alargado na Câmara Municipal, entre todas as forças políticas, de que deve haver o alargamento dos recursos para afetar a este programa”.
“A ideia é ir reforçando à medida que as necessidades vão existindo", referiu.
Sobre a adesão ao programa, o vereador explicou que "há muitos casos de desistências" porque "as famílias querem fazer algum reagrupamento familiar que têm já noutros países", e para tal "abandonam o programa e dirigem-se a esses países".
Comentários