"O que estas pessoas querem é o mesmo do que o Governo Regional. Estas pessoas partilham exatamente os mesmos objetivos que nós, que é ter a operação o ano inteiro, mas apoiada pelo Governo da República e pelo Orçamento do Estado", afirmou o vice-presidente do executivo, Pedro Calado.

Por outro lado, um dos organizadores da manifestação, Paulo Farinha, do movimento "Cruise ferry-Madeira", esclareceu que a ação consistia sobretudo numa "despedida", um "adeus, até já", pois está convicto que a ligação "vai-se perpetuar todo o ano".

"Estas pessoas, da esquerda à direita, estão aqui apoiando a autoestrada do mar todo o ano. Esta ligação serve para todos e o Governo da República, tal como apoia a mobilidade área, deve apoiar também a mobilidade marítima", disse.

Entretanto, o vice-presidente do executivo regional lembrou que o contrato assinado com o armador espanhol Naviera Armas é válido até 2020, sendo que, em cada ano, o navio "Volcan de Tijarafe" vai efetuar 24 viagens entre o Funchal e Portimão (12 em cada sentido), nos meses de julho, agosto e setembro.

Esta operação custa ao Governo da Madeira três milhões de euros por ano.

"Hoje quisemos saudar a operação como sendo muito positiva, mas relembramos que foi uma operação muito difícil de ser montada", disse Pedro Calado, sublinhando que no início "todos os partidos da oposição estavam contra".

O governante realçou que, nos meses de agosto e setembro deste ano, viajaram mais 29% e 51% de passageiros, respetivamente, em relação ao mesmo período de 2011, quando o 'ferry' do Naviera Armas operava na Madeira no âmbito de uma primeira operação.

"Isto significa que a população aderiu ao projeto e queremos manter esta operação [retomada em julho de 2019], queremos que a operação, além do verão, como está contratualizada para os próximos dois anos, seja alargada a todo o ano", disse, vincado, no entanto, que o Governo Regional não tem capacidade financeira suportar os custos sozinho.

No total, entre julho e setembro, viajaram no "Volcan de Tijarafe" 10.800 passageiros entre o Funchal e Portimão, tendo o 'ferry' transportado também 300 viaturas.

Pedro Calado evocou, entretanto, os 95 milhões de euros que o executivo nacional vai gastar para assumir os passes sociais acima dos 40 euros, considerando que também podia investir "seis ou sete milhões" para garantir o princípio da continuidade territorial através de uma ligação marítima entre a Madeira e o continente.

O "Volcan de Tijarafe" zarpou do porto do Funchal às 18:00, deixando em terra o grupo de manifestantes, onde se incluíam dirigentes de vários partidos, com muito ruído e cartazes com inscrições como "PSD não cumpriu", "Volta Ferry" ou "Pelo direito à existência de uma ligação ferry regular todo o ano".