A manifestação, que começou às 14:00, foi convocada pela “Coligação do Clima”, que integra cerca de 80 entidades entre organizações não-governamentais (ONG), sindicatos, organizações juvenis e movimentos de cidadãos, e que já não saía às ruas em massa desde o último ano e meio devido à pandemia de covid-19.
“Esperamos medidas mais ambiciosas, solidárias e coerentes”, disse Nicolas Van Nuffel, presidente da coligação que exige uma ação política mais contundente para conter o aquecimento global quando falta menos de um mês para a COP-26, que é a 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que se realizará na cidade de Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro deste ano.
O evento reunirá representantes de dezenas de países em Glasgow, para avançar em dois objetivos principais: manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5 graus Celsius e alcançar a neutralidade climática até 2050 — realizar apenas as emissões poluentes capazes de absorver –, metas que no atual ritmo de emissões não serão alcançadas, segundo os especialistas.
Hoje, no protesto em Bruxelas, as vítimas das cheias deste verão na Bélgica, que causaram mais de 40 mortos e enormes prejuízos materiais devido às chuvas torrenciais que triplicaram o volume normal e que os estudos científicos associam às alterações climáticas, tiveram uma participação de destaque.
“Eu sou uma refugiada climática”, afirmou Bernadette Leemans, que mora perto da cidade de Chaudfontaine, no sul da Bélgica, e que teve de se mudar após as inundações.
Em declarações ao jornal Le Soir, a moradora considerou que as atuais ações para combater as alterações climáticas “são risíveis”.
“Tive sorte. Fui recebida de braços abertos, puseram comida à minha porta, não tive que atravessar o Mediterrâneo num barco insuflável nem os Alpes a pé. Não fui recebida com uma arma apontada, fui ajudada por voluntários que falavam a minha língua”, acrescentou Bernadette Leemans, comparando a sua situação com a de outras pessoas afetadas pelas alterações climáticas no mundo.
O governo belga prevê apresentar antes do final do mês o seu plano para atingir objetivo de reduzir as emissões poluentes em 55% em relação aos níveis de 1990 até 2030, uma meta partilhada por toda a União Europeia.
Entre as medidas a implementar estão o reforço da produção de energia eólica no mar do Norte, a adaptação do sistema de transporte de energia, a alteração da tributação dos automóveis de empresa para favorecer a eletrificação, e a aposta em combustíveis não fósseis como o hidrogénio ou os biocombustíveis.
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