No domingo, na SIC, Marques Mendes afirmou que Carlos César tem em marcha um processo para se tornar presidente da Assembleia da República na próxima legislatura, afastando deste cargo o antigo ministro e secretário-geral do PS Ferro Rodrigues.

Numa nota publicada na rede social Facebook, Carlos César nada refere sobre o seu futuro político, escrevendo antes que o antigo líder do PSD "gosta de uma intriga".

"Como se diz na minha terra, gosta de enredar - e se puder atrapalhar a vida do PS mais satisfeito fica. Ele, ou quem o encomendou, está muito agitado pela possibilidade de eu poder ser o próximo presidente da Assembleia da República. Fico lisonjeado. Saberá, porém, a seu tempo, o que houver a dizer sobre isso, mas não sabe o mínimo agora para dizer o que disse sobre esse assunto", sustenta o presidente do grupo parlamentar do PS.

Na nota, Carlos César acusa Marques Mendes de ser, "fundamentalmente, um comerciante político".

"No mesmo espaço comercial em que legitimamente dá as suas opiniões, ele publicita conscientemente boatos e falsidades, e, com a maior das facilidades, vai dizendo uma coisa e o seu contrário ao longo do tempo", aponta o líder da bancada socialista.

Carlos César refere, depois, que tem "cerca de 40 anos de exercício de cargos públicos", dos quais destaca o período em que assumiu as funções de presidente do Governo Regional dos Açores (1996/2012).

"Ao contrário do que sugere Marques Mendes, o meu currículo na política não é o resultado de escrutínios nos aparelhos partidários, mas, para além do meu empenhamento cívico, o resultado de sucessivas e muito expressivas votações dos meus concidadãos eleitores, particularmente desde 1996, sem trocas de favores, nem apoios ancorados na comunicação social. Até nesta última eleição para a Assembleia da República, cuja candidatura liderei, foi a única vez, na história eleitoral desde o 25 de Abril, que o PS ganhou nos Açores quando perdeu a nível nacional em eleições legislativas nacionais", salienta.

O presidente do PS defende, em seguida, que não é o antigo líder do PSD que avalia os seus "méritos ou a falta deles, sejam eles de que natureza forem".

"No que toca à minha participação política futura e às minhas disponibilidades, são coisas que já sabem as pessoas que devem saber e nenhuma delas é Marques Mendes", acrescenta.