"Devem ser reforçados os meios de combate às redes de tráfico de pessoas e a quaisquer agentes que, a troco de avultadas quantias, têm deixado os cidadãos timorenses em situação de extrema fragilidade", afirma a CGTP em comunicado.

A intersindical refere que a falta de trabalho em Timor-Leste nos últimos meses levou alguns milhares de timorenses a procurar Portugal como destino de imigração, em busca de uma vida melhor mas, com o aumento dessa procura, "aumentaram também agências e anúncios enganosos que, a troco de quantias avultadas, prometem aos timorenses trabalho e vistos".

"Todos os que caem na malha dessas organizações sem escrúpulos, acabam por chegar a Portugal e ficar numa situação de vulnerabilidade. Sem trabalho, sem dinheiro e, em alguns casos, sem abrigo", diz a central sindical.

Para a CGTP, as ações de fiscalização levadas a cabo pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) "devem focar-se exclusivamente no combate às redes/pessoas/organizações que se dedicam ao tráfico e à exploração humana e laboral, garantindo plenamente os direitos dos cidadãos timorenses que querem vir para o nosso país em busca de melhores condições de vida e de trabalho".

A questão dos imigrantes timorenses está na agenda da visita do Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta a Portugal, que começou no sábado.

José Ramos-Horta, disse hoje que o país está determinado em “identificar e punir” os “grupos sem escrúpulos” que enganam os jovens timorenses com promessas de trabalho em países como Portugal e outros.

José Ramos-Horta falava numa conferência de imprensa no Palácio de Belém, juntamente com o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, que o recebeu no âmbito de uma visita que o chefe de Estado timorense realiza a Portugal.

Sobre os timorenses em dificuldade em Portugal, o Presidente de Timor-Leste disse que a “situação resulta de atos ilegais de grupos, de elementos sem escrúpulos” em Timor-Leste, que “fazem promessas falsas aos jovens”.

“É um fenómeno muito comum em todo o mundo, em particular nos países em vias de desenvolvimento, arrasta-se há décadas”, referiu.