"Se não tiver público, não me parece que tenha qualquer inconveniente, desde que tudo seja controlado com medidas de proteção. Se tiver público pode ser complicado", disse Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas após uma visita ao Hospital de São João, no Porto.

Miguel Guimarães sublinhou que "a par dos aviões, os eventos como jogos de futebol não são fáceis de controlar", lembrando que uma prova deste nível necessita de estádios que levam muita gente, no entanto o problema, disse o bastonário, não está no decorrer do jogo apenas na assistência nas bancadas.

"O grande problema não é quando se está dentro do estádio. É nas entradas e nas saídas, nas manifestações de alegria. As pessoas têm uma paixão muito grande pelo futebol, em Portugal e na Europa, e é quase impossível exageros não acontecerem", disse o bastonário.

A UEFA decidiu na quarta-feira que os quartos de final, meias-finais e final decorrerão em eliminatórias de jogo único, entre 12 e 23 de agosto nos Estádios da Luz (Benfica) e José Alvalade (Sporting).

A ausência de público é uma questão que está ainda por decidir, bem como a possibilidade dos jogos da segunda mão dos oitavos de final poderem também disputar-se em Portugal, nomeadamente em Guimarães, do D. Afonso Henriques, e no Porto, no Estádio do Dragão.

Questionado se tem as mesmas reservas face à Liga portuguesa em futebol que foi retomada em 03 de junho depois de ter ficado suspensa em março devido ao surto epidemiológico da covid-19, Miguel Guimarães considerou que "a regra deve ser semelhante" para a ‘Champions' e para o campeonato português.

"O Governo terá de tomar uma decisão sobre isso, mas parece-me estranho que o Governo autorize público nos jogos da 'Champions' e não autorize na Liga portuguesa. A regra deve ser semelhante, mesmo que estejamos a falar de público limitado: metade, um terço ou um quarto, o que os epidemiologistas acharem adequado", considerou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Ainda sobre a escolha da UEFA por Portugal para jogar a final da Liga dos Campeões, Miguel Guimarães disse compreender que é necessário "recuperar a economia", mas disse dar primazia à saúde.

"Neste caso, entre o valor da saúde e o valor do desporto, dou primazia à saúde. Mas admito que o Governo e o senhor primeiro-ministro deem primazia a uma prova que pode, se tudo correr bem, ser importante para Portugal. Temos de recuperar a economia", concluiu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 445 mil mortos, incluindo 1.524 em Portugal.

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