Em declarações aos jornalistas, em Berlim, Maas defendeu que o desaparecimento do jornalista saudita, crítico do regime de Riade, “deve ser completamente esclarecido e sem demoras”, defendendo a responsabilização dos responsáveis.
Por seu lado, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seiebrt, disse que desde que o jornalista desapareceu “não aconteceu nada que permita dissipar as suspeitas” de que as autoridades sauditas têm responsabilidades no caso.
A decisão do chefe da diplomacia alemã, do Partido Social Democrata (SPD), parceiro de coligação da CDU, de Angela Merkel, coincide com as reações de condenação generalizada dos países membros da União Europeia.
Surge também quando a imprensa turca divulgou novos detalhes sobre o alegado assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, no consulado saudita em Istambul e depois de o chefe da diplomacia norte-americana se ter reunido com as autoridades turcas.
A descrição, divulgada pelo jornal pró-governamental turco Yeni Safak cita o que afirma ser uma gravação áudio da morte do jornalista saudita e colaborador do Washington Post, que desapareceu a 02 de outubro depois de ter entrado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.
Segundo o jornal, na gravação é possível ouvir o Cônsul Geral saudita, Mohammed al-Otaibi, a dizer aos alegados torturadores de Khashoggi: “Façam isso lá fora, vão arranjar-me problemas”, ao que os visados terão respondido: “Cala-te se quiseres viver quando regressares à Arábia Saudita”.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, esteve reunido hoje, em encontros separados em Ancara, com o Presidente, Recep Tayyip Erdogan, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu.
Os encontros duraram cerca de 40 minutos, foram divulgadas fotografias, mas não houve declarações públicas.
Pompeo chegou à Turquia proveniente da Arábia Saudita, onde na terça-feira manteve um encontro com o rei Salman e com o seu filho, o príncipe Mohammed bin Salman.
Antes de deixar Riade, Pompeu disse aos jornalistas que os líderes sauditas assumiram o compromisso de investigar e responsabilizar quem quer que seja que tenha tido algum envolvimento no caso.
Os serviços de segurança turcos têm estado a usar a imprensa pró-governamental para revelar pormenores do caso com o objetivo de pressionar a Arábia Saudita a explicar o desaparecimento do jornalista.
As investigações na Turquia apontam para que Khashoggi tenha sido assassinado dentro do consulado, o que as autoridades sauditas negam.
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