O Presidente da Câmara Municipal da capital britânica, Sadiq Khan, tinha ameaçado recentemente demitir Dick do cargo, alegando que ela não estava a fazer o suficiente para reformar a Polícia Metropolitana, a maior força policial da Grã-Bretanha, perante as crescentes acusações.

Khan disse hoje ser claro que a única solução era ter uma “nova liderança no topo da Polícia Metropolitana”.

Num comunicado, Cressida Dick, que chefia a força há quatro anos e é a primeira mulher a liderar a Scotland Yard, explicou que foi com “enorme tristeza” que percebeu que Khan “não tem mais confiança suficiente” na sua liderança que lhe permita continuar.

“Ele não me deixou outra escolha senão deixar o cargo de comissária do Serviço de Polícia Metropolitana”, acrescentou.

Dick acrescentou que permanecerá em funções por um curto período, para garantir a estabilidade da força enquanto é encontrado um substituto.

Um relatório na semana passada do Independent Office for Police Conduct, o órgão que vigia a conduta da polícia, condenou a misoginia, intimidação, a discriminação e o assédio sexual entre agentes, a maioria deles baseados na esquadra de Charing Cross, no centro de Londres.

O relatório revelou mensagens entre agentes a brincar sobre violação e usando linguagem ofensiva e disse que os incidentes fazem parte de uma cultura mais ampla que não pode ser atribuída a algumas “maçãs podres”.

Khan disse que não estava “satisfeito” com a resposta de Dick aos pedidos de mudança após os escândalos, incluindo o homicídio de uma mulher por um agente em serviço no ano passado.

“Na semana passada, deixei claro à comissária da Polícia Metropolitana a dimensão da mudança que acredito ser urgentemente necessária para reconstruir a confiança dos londrinos na ‘Met’ e erradicar o racismo, sexismo, homofobia, intimidação, discriminação e misoginia que ainda existe”, disse Khan.

O político do Partido Trabalhista agradeceu a Dick, de 61 anos, pelos 40 anos de serviço policial.

A alteração acontece um dia após a polícia ter revelado o envio de questionários a mais de 50 pessoas do Governo sobre as alegadas “festas” que decorreram em 2020 e 2021 que terão infringido as restrições para controlar a pandemia covid-19.

O primeiro-minstro terá sido um dos participantes naqueles eventos, embora não se saiba se Boris Johnson será contactado.