"Começa a ser uma constante termos notícias de que o ministro das Finanças, o segundo principal governante a seguir a António Costa, está no epicentro de investigações criminais", afirmou o líder do Chega em declarações aos jornalistas na Assembleia da República.
Ventura considerou que "isso, sem dar nenhuma explicação, que é um dever que tem, não fica muito bem ao prestígio da República que Medina disse defender nomeadamente quando usou esse argumento para afastar a secretária de Estado Alexandra Reis".
André Ventura falava antes da declaração de Fernando Medina aos jornalistas e referia-se à notícia avançada na quarta-feira pela TVI/CNN Portugal de que a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara de Lisboa por “suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação”, numa nomeação para “prestação de serviços que foi assinada em 2015” pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina (PS), que é agora ministro das Finanças.
O líder do Chega considerou que a "situação de Fernando Medina começa a ficar bastante, bastante periclitante e muito difícil de sustentar" e que o ministro fica numa "posição bastante difícil, e António Costa também".
André Ventura apontou que cabe à justiça apurar da "responsabilidade criminal que pode impender sobre o ministro" mas defendeu que "há uma responsabilidade política que parece evidente" e que "tem de ser esclarecida".
"Foi Fernando Medina que fez a estranha nomeação de alguém que, aparentemente sendo um cacique do PS de Castelo Branco, iria ter um papel relevante no urbanismo e nas obras em Lisboa sem se conhecer nenhum detalhe curricular relevante, ou profissional ou empresarial, que levasse a essa nomeação", sustentou.
Ventura disse que se o Chega não ficar satisfeito com as explicações do ministro e ex-autarca, irá propor a audição de Medina no parlamento.
Segundo a TVI, em causa estarão “a viciação das regras para a contratação de um histórico do PS de Castelo Branco com vista à gestão das obras públicas na capital” e “o Ministério Público acredita que o objetivo do esquema visou a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros, para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis”.
Entretanto, o PS rejeitou “categoricamente” ter recebido apoios financeiros ou materiais por parte de empresas, salientando que os donativos angariados por este partido se encontram inscritos, identificados e apresentados à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos.
Numa declaração aos jornalistas já depois da de André Ventura, o ministro das Finanças disse que desconhecia "em absoluto" a investigação e que pediu para ser ouvido no âmbito do processo que motivou na terça-feira a realização de buscas na Câmara de Lisboa.
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