Na passada sexta-feira à noite, desacatos numa esplanada em Reguengos de Monsaraz tiveram como consequência três feridos, dois deles ligeiros, vítimas de atropelamento por um individuo que posteriormente abandonou a viatura envolvida, disseram fontes da GNR e dos bombeiros.
No sábado o presidente social-democrata pediu justificações ao Governo sobre a "total condescendência da GNR", na sequência de desacatos junto à esplanada do café, considerando que "facilitismo e impunidade são via para o caos".
"Que justificação têm o ministro da Administração Interna [Eduardo Cabrita] e o primeiro-ministro [António Costa] - que diz que ele é um excelente governante - sobre esta cena de violência, perante a total condescendência da GNR?", questionou Rui Rio, através de uma publicação na rede social Twitter.
Agora, no pedido de audição urgente do presidente da Câmara e do ministro, enviado ao Presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, o Chega fala da falta de meios das forças de segurança, mas também da questão da integração da comunidade cigana.
No documento enviado, o partido diz que o país assistiu estupefacto aos acontecimentos, quando um individuo de etnia cigana atropelou e feriu várias pessoas e que os militares da GNR não agiram.
“A inação dos militares da GNR chamados ao local tem um motivo óbvio e evidente”, que é a falta de meios humanos e logísticos, frisa André Ventura.
“Na verdade, caso tivessem assumido alguma ação mais musculada, hoje estaríamos perante um país a clamar por racismo, xenofobia ou infiltração da extrema-direita nas forças de segurança. Como se pode assacar culpas a militares da GNR que, em evidente inferioridade e com autoridade permanentemente subtraída pelo Governo da República, têm de lidar com fenómenos de permanente insubordinação, descontrolo e desconsideração pelas regras do Estado de Direito?”, questiona o deputado.
André Ventura quer também saber se as autoridades municipais têm meios para lidar com o problema e o que têm feito para promover a integração da comunidade cigana.
E saber, por parte do Ministério da Administração Interna, como é possível que os meios humanos sejam tão limitados “nestas áreas do interior do país”, e como é possível que continuem a fechar postos ou esquadras de polícia.
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