Yang Jun, romancista, blogger e partidário da democratização do regime chinês, é um ex-diplomata chinês que se tornou cidadão australiano em 2002.

Também conhecido por seu pseudónimo Yang Hengjun, o escritor foi detido na China em janeiro de 2019 durante uma viagem. À época, residia nos Estados Unidos.

Um tribunal de Pequim declarou nesta segunda-feira Yang Jun "culpado de espionagem", indicou à imprensa Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, confirmando o que tinha sido anunciado um pouco antes pelas autoridades australianas.

A Justiça chinesa "condenou-o à morte com dois anos de suspensão da execução e confiscou todos os seus bens pessoais", detalhou o porta-voz. Geralmente, num caso como este na China, a pena de morte suspensa comuta-se em prisão perpétua depois de dois anos de encarceramento.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, declarou que tinha transmitido a Pequim a "consternação, o desespero, a frustração e, para dizê-lo de forma muito simples, a indignação" do seu governo perante tal veredito.

Numa conferência de imprensa anterior, a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, adiantou que Canberra convocaria o embaixador chinês.

Em agosto de 2023, Yang Jun disse que temia pela sua vida na prisão, por causa de um problema com um quisto renal. Dois anos antes, afirmou que tinha sido torturado num lugar secreto, e disse temer que uma confissão forçada fosse utilizada contra si. Pequim negou as acusações.

Yang Jun, nascido em 1965, é autor de vários romances de espionagem, e de um blog em língua chinesa bastante seguido.